O texto que se segue foi postado no Act for Freedom Now! Fica a tradução.
De manhã cedo o ambiente em Koridallos era asfixiante... polícia em todo o lado e muito poucos companheiros. Por volta das 11 as pessoas juntaram-se na entrada da prisão/tribunal para entrar. Era necessário dar o BI e informação pessoal completa, a sala de audiências estava cheia de polícias à paisana. Algumas pessoas conseguiram entrar, então parou tudo no tribunal e foi dito que não seria permitido entrar sem entregar o BI e este ficaria em posse da polícia até ao fim do julgamento. Isto é ilegal, visto que a polícia só tem o direito de ficar com o bilhete de identidade se fores uma testemunha ou um perito (de acordo com o procedimento). Como, no entanto, se assume que este caso ainda não está encerrado estão à procura de novos culpados. Felizmente, os companheiros acusados recusaram-se a falar e deixaram a sala de audiências...
Por isso o julgamento foi adiado outra vez pelas razões mencionadas acima. Depois de mais de uma hora recomeçou para ouvir outra vez as mesmas reivindicações como as feitas pelos advogados, mas pelos próprios acusados:
1. Nenhum dado pessoal pode ser registado dos BIs, que também não são para ser mantidos pela polícia à entrada.
2. Até então não havia nada registado ou gravado por razões óbvias. Aparentemente não há necessidade de o processo ser gravado (para ter a possibilidade de perverter o que foi dito para a opinião pública e quem não esteve no tribunal).
3. Exigência de que os paisanas deixem a sala e deixem as pessoas de fora ocupar os lugares. Os polícias que guardam a prisão cortaram a estrada e também a estrada de acesso pelas seguintes razões óbvias "temos ordem para não deixar ninguém passar, e mesmo que deixássemos o tribunal está cheio". Merda para isso, de facto depois da primeira interrupção muitos paisanas foram embora e um deles quase foi atacado, mas conseguiram esconde-lo. Isto teve o efeito de libertar uns 40 lugares.
Depois, enviamos um dos nossos advogados informar as pessoas que estavam na entrada que já havia espaço na sala, mas a escumalha não deixou ninguém entrar de qualquer das maneiras. Portanto, um terço da sala estava vazia e outro terço estava cheio de polícias (paisanas ou não). Os companheiros aprisionados disseram que se as exigências não fossem atendidas não participariam no julgamento. Obviamente que a presidente do tribunal não se importou, o que enfureceu muita gente e os companheiros acusados saíram outra vez da sala acompanhados por slogans.
Finalmente, o ponto culminante de toda esta questão era este: A presidente disse que apesar do esforço "generoso" e "honesto" do tribunal, não há logística para o julgamento ser gravado! Mesmo assim, ela queria que continuasse, claro. Concordou também que o registo de informação pessoal dos presentes como a fotocópia dos documentos de identificação é ilegal e não pode acontecer. Mas os BIs de que entra na sala de audiências são mantidos até voltarem a sair! Olhando directamente para a nossa cara. Por outro lado, foi-nos assegurado que a lista dos registos seria destruída enquanto nenhum documento escrito para esse efeito foi produzido... (porquê?) Ela disse que os procedimentos são públicos e abertos a toda a gente SEM EXCEPÇÃO contando que não se exceda o número de lugares (acentuar o "sem excepção" significa, claro, que o público também pode significar polícias à paisana!). Finalmente a possibilidade de "retirar" o caso a este tribunal foi examinada. Depende da possibilidade de o equipar com a logística para gravar o julgamento (o último ponto vai certamente ser decidido na próxima sessão em Koridallos).
Os companheiros acusados estavam bem, dentro do possível, nomeadamente determinados e dinâmicos.
Indignados pelos desenvolvimentos deixaram a sala de audiências. Enquanto saiam, os presentes gritaram slogans como "bófias, juízes, SS" e "a paixão pela liberdade é mais forte que a prisão".
O julgamento continua segunda dia 24 às 9 da manhã.
P.S.: Como anarquistas em solidariedade estamos orgulhosos da posição digna dos companheiros acusados nesta paródia de julgamento hoje.
actforfreedomnow!
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