quarta-feira, 28 de novembro de 2007

25 de Abril 33 anos depois

T.O.C.A. demolida!

Na quarta-feira, a cultura na Amadora sofreu uma machadada brutal. A Taberna Ocupada p’la Cultura na Amadora (TOCA) foi demolida sem qualquer pré-aviso por escavadoras, enquanto a PSP cortava os acessos. A TOCA era um projecto do Movimento de Acção Reivindicativa pela Cultura e Habitação na Amadora (MARCHA).

O sonho de transformar um espaço abandonado num centro de cultura onde os jovens pudessem produzir e viver cultura durou oito meses. Mas o nosso sonho era um pesadelo para o proprietário e para a Câmara Municipal da Amadora. Através deste espaço denunciámos a especulação imobiliária e a falta de habitação para os jovens e denunciámos a falta de políticas por parte de Joaquim Raposo que apoiassem a cultura.

Ocupámos uma casa antiga, património histórico da nossa cidade, e remodelámo-la. Através do trabalho voluntário, centenas de jovens, com o apoio de vizinhos, limparam, pintaram as paredes, arranjaram o telhado, mobilaram a casa e deram-lhe vida abrindo-a à população e aos jovens.

Durante oito meses, resgatámos um espaço do silêncio e da degradação e demo-lo à juventude. Organizámos dezenas de concertos de todos os tipos de música, exposições de fotografia, sessões de cinema, debates, convívios e reuniões. Era raro o fim-de-semana em que a TOCA não se enchia de gente, com centenas de jovens da Amadora e de outros concelhos.

Mas não. Era um sonho demasiado bonito. Era um projecto que impulsionava a participação juvenil numa sociedade dominada pelo individualismo e pela apatia. Como tal, importava destruí-lo para abrir caminho à fúria dos construtores e para silenciar aqueles que lutam pela cultura na Amadora.

Desse ódio são exemplo a preocupação da Câmara Municipal da Amadora em enviar a Polícia Municipal para intimidar e ameaçar os jovens da TOCA, prometendo “desocupá-la” em breve. Quando, logo após a ocupação, o MARCHA se dirigiu à Assembleia Municipal da Amadora para explicar os seus objectivos e as razões da acção, o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Raposo, afirmou, em relação às nossas preocupações, que tínhamos “o azar de viver numa cidade assim”. Mesmo depois de termos convidado todos os deputados municipais a visitar a TOCA.

Porém, não desistimos. Apesar de todas as ameaças e dificuldades, o MARCHA promete não se conformar com a cidade em que vive e lutar para que esta seja um lugar melhor para a população e para os jovens.

O ataque contra a TOCA foi um ataque contra a cultura do Concelho, foi um ataque contra todos e que merece uma resposta de todos. Por isso, apelamos à população e aos jovens para que participem numa acção de protesto em frente à Câmara Municipal da Amadora na próxima segunda-feira, às 18:30 com o lema CONTRA A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E CONTRA A DEMOLIÇÃO DA CULTURA JUVENIL NA AMADORA!

Movimento de Acção Reivindicativa pela Cultura e Habitação na Amadora

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Riot Grrrl's


Riot grrrl (ou riot grrl) é um movimento abrangindo fanzines, festivais e bandas de hardcore punk rock e feminismo. A intenção do movimento é informar a mulher de seus direitos e incentiva-las a reinvindica-los. Uma das principais formas além de protestos foi o uso da música. A carreira músical feminina se resumia apenas como vocalistas, ou qualquer função em bandas de músicas leves, mesmo assim mal vistas. O principal ponto foi montar bandas de rock, com instrumentos pesados como baixo e guitarra com muitos efeitos e distorção, estilo e instrumentos inicialmente considerado como masculinos. Incentivando cada vez mais as mulheres a montarem suas bandas, criar fanzines feministas, e assim expressar suas opiniões e vontades. O gênero musical riot grrrls apareceu na década de 90 como resposta as atitudes machistas punks.

As bandas Bikini Kill e Bratmobile são consideradas duas bandas que incentivam o movimento.

Tudo começou nos Estados Unidos em meados dos anos 90, o termo surgiu quando Alison Wolfe, do Bratmobile, resolveu fazer um fanzine feminista chamado Riot Grrrl onde se rebelavam contra alguns dogmas intocáveis do mundo do rock: garotas não sabem tocar guitarras, bateria, ou baixo tão bem quantos os homens .Por causa desses dogmas, várias garotas sentiam-se desestimuladas a tomar frente de uma guitarra ou qualquer outro instrumento. As riot grrrls não faziam questão de se mostrarem bonitinhas, meigas, ou bem comportadas. Como eram vetadas pelo fato de serem do sexo feminino rasparam as cabeças, usavam roupas masculinas e as vezes até como protesto se envolviam com outras mulheres mostrando a eles que eram tão capaz e as vezes "até mais" do que eles. O movimento Riot foi bem popularizado por bandas de garotas como Bikini Kill e Tribe 8, elas reverenciaram antecessoras roqueiras de visual e verbos agressivos: a poetisa Patti Smith e o humor cínico de Deborah Harry. Não se pode dizer que existam “líderes” no movimento “RIOT GRRRL”, pois cada garota deve fazer o que quer e defender seus pensamentos e não ser “influenciada” ou “obedecer” alguma líder; contudo algumas mulheres conseguiram muito destaque, tornando-se verdadeiros símbolos das “Riot Grrrls”. Sem dúvida o maior destaque é a Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill, cuja banda pode ser considerada uma das primeiras (ou a 1a) do movimento, além de ser muito radical.

Nos seus shows, as garotas do Bikini Kill costumavam “mandar” os rapazes para as filas mais longe do palco, deixando as garotas nos melhores lugares, além de tudo, elas entregavam folhas com as letras das músicas para que AS FÃS pudessem acompanhar melhor as canções. Kathleen costumava fazer os shows com os braços, abdômen ou costas escritos com slogans como : RAPE (estupre) ou SLUT (vagabunda), isso era uma forma de protesto contra a violência sexual, e os comentários “machistas” que determinavam as “Garotas do Rock” ou as mais “liberais” como vagabundas... O costume de escrever os “slogans” no corpo não parou com o Bikini Kill, até hoje várias bandas femininas se apresentam e se rebelam com o corpo riscado.

Apesar da banda Bikini Kill ter sido a principal e mais influente, a que realmente ficou com “mais fama” foi a Courtney Love, da banda Hole, que é considerada por algumas ídolo máximo do movimento, apesar de várias vezes se negar de participar do “tal movimento feminista” e até ter brigado com Kathleen, entre vários outros motivos UM seria o de que Courtney não queria que a imagem da sua banda, HOLE, fosse associada com o RIOT GRRRL além de que Courtney Love Cobain não simpatizava com a “cena” de Olympia, que era tanto a do Bikini Kill quanto a do “Riot Grrrl”. Querendo ou não a imagem de Courtney foi associada ao RIOT GRRRL. É importante destacar que não só as mulheres defendem o Riot Grrrl, vários homens, inclusive ROCKSTARS já defenderam a causa feminina.

Bandas riot grrrls possuem tanto sucesso pela prática do femismo em suas letras para manter o lema: se os homens podem, eu também posso! Ou ainda: Só para meninas!

Homossexualidade não é uma regra Riot Grrrl. Geralmente há garotas homossexuais no movimento devido o desejo de ter direito de gostar de quem quiser, independente do pensamento alheio. Assim, reivindicando junto as outras a liberdade sexual, o fim do preconceito, entre outros pontos. Infelizmente, a imagem de uma riot grrrl retradada pela mídia inadequadamente como homossexual, que odeia homens, ignorante, violenta, amarga, uma imagem que também é dada para as feministas em geral. Devida a atitude de algumas garotas mal informadas ou com um temperamento um tanto quanto agressivo colocam de forma negativa as características deste movimento.

O modismo "eu sou uma Riot Grrrl" apenas atrapalha os ideais, deixando Riot Grrrls como baderneiras, e não como pessoas que querem conquistar mais espaço, direitos. É importante lembrar.... assim como direitos também temos deveres, entre esses o respeito alheio, assim como exigimos.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Carlos morreu, às mãos dos fascistas - Manifestação em Madrid, Sábado 17 de Novembro

Domingo passado, dia 11 de Novembro, no bairro madrileno de Usera estava marcada uma manifestação contra a imigração convocada pelo partido de extrema-direita “Democracia Nacional”. Alguns dos vários antifascistas que se deslocaram para apoiar imigrantes e habitantes do bairro tiveram um encontro com alguns nazis na estação de metro de Legazpi. Do confronto verbal passou-se rapidamente à agressão e um militar, neo-nazi, apunhalou Carlos no coração e Alejandro no pulmão. Deste confronto resultou a morte de Carlos de 16 anos. O agressor também foi atacado e apesar de ter entrado no hospital em estado grave, neste momento encontra-se já recuperado e detido, visto ter sido emitida a ordem de prisão preventiva por questões de "Alarme Social" . No seguimento, outro grupo de antifascistas que subia a rua Marcelo Usera foi atacado pela polícia donde resultou mais uma pessoa ferida, desta vez por balas de borracha da polícia.

Em resposta ao assassinato foi convocada em Madrid uma manifestação que contou com 500 a 1000 pessoas, segundo as fontes. Ao fim de uma hora e meia saíram em manifestação e pouco depois de entrarem na rua Gran Via, a polícia apareceu pronta com todo o material antidisturbios atacando os manifestantes. NO seguimento dos confrontos foram arrasadas sucursais bancárias e lojas de moda, ruas foram cortadas e contentores incendiados. Duas pessoas foram detidas.

Foram ainda convocadas manifestações de repúdio por todo o estado espanhol, nomeadamente em Logroño, Valladolid, Barcelona, Zaragoza, Valencia, Castello, Xixon, Coruña, Granada, Allicante, Iruña, Vigo, Caceres, Sevilha...

Em Madrid multiplicaram-se diariamente as concentrações e manifestações de repúdio e solidariedade, convocadas pelos mais diversos grupos, desde os bairros até às universidades.

Para esta próximo Sábado fica o apelo internacional lançado desde Madrid:

"Nestes últimos meses grupos de nazis aumentaram o número de agressões em Madrid, atacando imigrantes em plena luz do dia e com toda a impunidade por parte das autoridades.

No domingo, 11 de Novembro, o grupo de extrema-direita Democracia Nacional convocou uma manifestação contra os imigrantes num bairro operário de Madrid. Um grupo de antifascistas decidiu mostrar a sua oposição e repulsa. No caminho o grupo encontrou-se com um militar neo-nazi que apunhalou o coração de Carlos, um jovem antifascista de 16 anos, causando-lhe a morte , e ao Alejandro no pulmão, que se encontra em estado grave no hospital.

É por isto que colectivos antifascistas de Madrid organizámos uma concentração no centro da cidade (praça do Sol) a 17 de Novembro às 16:30h para impedir uma manifestação fascista convocada para os mesmos dia e hora; e como homenagem ao nosso companheiro Carlos.

Desde aqui, queríamos fazer um apelo para que em todas as cidades do mundo se convoquem acções de resposta nesse mesmo dia.

"Nenhuma agressão sem resposta. Se nos tocam a um, tocam-nos a todos."

Fonte

11/11/07

Madrid, 11 Nov (Lusa) - Um homem foi morto e outras oito pessoas feridas hoje em Madrid durante confrontos violentos entre jovens militantes antifascistas e um grupo de jovens neonazis, anunciou o serviço de socorros madrileno.

De acordo com um porta-voz da polícia, citado pela agência Europa Press, a origem do incidente terá sido uma manifestação convocada para hoje por militantes do partido de extrema-direita Democracia Nacional perto do bairro Legazpi, na zona sul da capital espanhola.

Os confrontos entre os dois grupos começaram na estação de metro de Legazpi e continuaram no exterior, informaram os meios de comunicação social espanhóis.

Os socorristas tentaram durante meia hora reanimar o jovem, "mas isso não serviu de nada" e ele acabou por sucumbir, declarou o porta-voz dos serviços de urgências de Madrid, Javier Ayuso, à rádio espanhola Cadena Ser.

"Levou uma facada no coração", explicou, precisando que pelo menos oito outras pessoas, uma das quais um agente da polícia, foram feridas durante estes distúrbios.

"Um dos feridos encontra-se em estado crítico e está a receber tratamento no hospital", acrescentou o porta-voz das urgências médicas de Madrid."