segunda-feira, 30 de maio de 2011

Greve de fome em Bragança






O SR. CÉSAR FERNANDES ENCONTRA-SE À 6 DIAS ( NOS CLAUSTROS DA SÉ EM BRAGANÇA), EM GREVE DE FOME.

AO SR. CÉSAR, FOI-LHE RETIRADA UMA PENSÃO VITALÍCIA, QUE LHE FOI ATRIBUÍDA PELA SEGURANÇA SOCIAL EM 1983.

O SR. CÉSAR TEM UMA INCAPACIDADE DE 69%.

O SR. CÉSAR APELA A QUE POR TODOS FAÇAMOS CHEGAR A SUA VOZ À COMUNICAÇÃO SOCIAL E A QUEM DE DIREITO.

É URGENTE SER VISTO POR UM MÉDICO POIS A SUA SAÚDE ESTÁ CADA VEZ MAIS DEBILITADA.

TAMBÉM É IMPORTANTE IR E ESTAR AO PÉ DESTE HOMEM PARA NÃO SE SENTIR SÓ, PORQUE ABANDONADO JÁ ELE FOI PELAS INSTITUIÇÕES.

sexta-feira, 11 de março de 2011

[Grécia] Grevistas vencem!!!

Os grevistas venceram!

Hoje (9 de Março) às 05:45 horas, após reunião com os representantes do Governo da Grécia, os imigrantes finalizaram a greve de fome!
...
O Governo propôs :
Autorização de residência para os grevistas que estão na Grécia por tempo igual ou superior à 8 anos

Renovações (por tempo indeterminado) de 06 meses em "regime de tolerância" (com permissão para viajar e regressar) até que se complete o tempo as condições requeridas para obtenção de permissão de estadia ou visto de trabalho.

Indymedia

segunda-feira, 7 de março de 2011

[Grécia] Depois de 48 dias em greve de fome, são 78 imigrantes hospitalizad@s

Os cerca de 300 imigrantes em luta pela legalização na Grécia viveram sábado o seu 40º dia de greve da fome. Os médicos que os acompanham decidiram já a hospitalização de 78 devido a vários problemas de saúde considerados graves. O governo grego propôs aos imigrantes um "regime de tolerância" que estes rejeitaram unanimemente por não corresponder à legalização que pretendem.Além de se distinguir pelas violentas medidas de austeridade contra a população, pelo agravamento da repressão, pela cedência permanente perante as imposições de Bruxelas e do FMI, o governo grego de George Papandreu e do PASOK (Partido Socialista) caracteriza-se igualmente pela crueldade perante os imigrantes. Para tal recorreu a medidas que só foram anteriormente assumidas pela ditadura dos coronéis.

Os cerca de 300 imigrantes em greve da fome nas cidades de Atenas e Tessalónica não chegaram há poucos dias à Grécia. Todos vivem e trabalham no país há mais de seis meses e pretendem a legalização da sua situação e liberdade de movimentos. Para isso iniciaram uma greve da fome em 25 de Janeiro, a maioria nas instalações da Faculdade de Direito em Atenas. Para os expulsar das instalações universitárias, o reitor da Universidade de Atenas e o governo recorreram à polícia, violando uma norma básica da vida ateniense em vigor desde o fim da ditadura: a autonomia universitária não é compatível com as intervenções policiais nos espaços universitários.

Desde então, os imigrantes em greve da fome têm estado alojados no edifício Hypatia, na Avenida Patisson.

Os médicos que os assistem decidiram-se, entretanto, pela hospitalização de 78 até ao momento. Estão sob a ameaça de falhas renais e sofrem de desidratação grave, de arritmias cardíacas e de outras manifestações sérias decorrentes da privação de alimentos. A polícia deslocou-se aos hospitais onde se encontram pedindo identificação aos médicos que os assistem e informações sobre os estado de saúde dos internados. Como os clínicos recusassem prestar informações os agentes anotaram os seus nomes.

A polícia de choque tentou entretanto impedir uma conferência de imprensa sobre a situação dos imigrantes que sindicalistas, artistas e activistas anti-racismo promoveram junto ao Parlamento na quarta-feira. Para o efeito chegou a molestar fisicamente os participantes.

Na sexta-feira, os imigrantes decidiram por unanimidade rejeitar uma proposta governamental de concessão de um "regime de tolerância", considerando-a "uma artimanha" que não corresponde à legalização da sua situação, à liberdade de movimentos e direitos laborais.

Os imigrantes em greve da fome decidiram também rejeitar a exigência do Ministério da Saúde de serem todos os hospitalizados sublinhando que continuarão sob os cuidados dos médicos que os têm acompanhado.

Retirado de: Indymedia PT

10 de março: Jornada Internacional de Ação em solidariedade com os 300 trabalhadores imigrantes em greve de fome na Grécia


“DON’T VISIT GREECE”

Por favor, publicar, imprimir e divulgar o seguinte texto

Últimos conselhos de viagem para a Grécia:

É possível que você já tenha ouvido falar que a Grécia é um país bonito para visitar, com deliciosa comida e pessoas muito hospitaleiras. Cuidado: isso não é toda a verdade. A realidade para centenas de milhares de visitantes é completamente diferente. Existe uma ameaça geral de violações dos direitos humanos. Os expatriados e visitantes que cruzam a fronteira grega, podem ser deportados ou transferidos para centros de detenção durante 2-4 meses ou mais. Se ou quando esses visitantes são libertados, são forçados a trabalhar na agricultura, na indústria local, no crime organizado, ou como vendedores ambulantes, sem documentos ou quaisquer outros direitos civis. Os visitantes à Grécia são avisados sobre o abuso, a intolerância, o ódio, a calúnia e a violência indiscriminada por parte do Estado grego…

A Grécia está explorando aproximadamente 500.000 imigrantes ilegais e refugiados, para melhorar o estado miserável da economia. No ano passado, cerca de 140.000 imigrantes cruzaram a fronteira grega em busca de uma vida melhor. A maioria deles vai ser ilegal durante vários anos e tratados como escravos contemporâneos indesejáveis.

Desde 25 de janeiro, 300 imigrantes que trabalham e vivem na Grécia há muitos anos começaram uma greve de fome em todo o país, em Atenas e Tessalônica. Eles estão exigindo a legalização de todos os imigrantes ilegais na Grécia. Sua luta é uma luta de todos os imigrantes, dos trabalhadores e dos cidadãos do mundo.

Na próxima quinta-feira, 10 de março, será o 45º dia da greve de fome dos 300 imigrantes, no entanto, o Estado grego ainda não respondeu às suas justas reivindicações!

Convocamos as pessoas na Grécia e em todo o mundo para realizar no dia 10 de março ações de desobediência civil, em solidariedade com os 300 grevistas. Pedimos a todos que assinalem suas ações ao ponto fraco da Grécia, o turismo: 15% do Produto Interno Bruto (PIB) da nação vem do turismo. De fato, o turismo e a imigração são os dois lados do direito legal da liberdade de movimento.

Nós propomos um alvo fácil de alcançar que pode ser encontrado em quase todos os países: Escritórios de Turismo da Grécia. Podem, por exemplo, se manifestar, bloquear, ocupar, distribuir folhetos, ou executar outras ações criativas do lado de fora, dentro ou perto dos Escritórios de Turismo da Grécia.

Os endereços dos Escritórios de Turismo da Grécia no estrangeiro estão aqui:

http://internezia.net/addresses.html

Se você [grupo, rede, movimento ou organização] não tiver um Escritório de Turismo da Grécia em sua cidade, você pode direcionar suas ações contra as embaixadas ou empresas gregas, ou simplesmente se manifestar em lugares públicos ou nos meios de comunicação.
300 Assassinatos ou Legalização

Mais infos sobre a greve de fome dos 300:

http://hungerstrike300.espivblogs.net

“Todos os imigrantes do mundo”

tradução por agência de notícias anarquistas-ana


sábado, 5 de março de 2011

Diários Secretos de Valentina

Foi posto para download no Indymedia uma zine que compila os maiores sucessos jornalísticos da Valentina Marcelino, sucessos como “Movimento extremista ameaça Presidente de morte”, “Grupos radicais anarquistas fizeram emboscada à polícia”, “Cimeira da NATO em Lisboa alvo da Al-Qaeda e de anarquistas” e muitos mais!

"Esta publicação não é sobre uma jornalista. Não nos interessa se ela é simpática ou se é uma boa tia dos seus sobrinhos. Qualquer réstia de atenção sobre a sua vida não terá como objectivo outra coisa senão os interesses que movem a produção das «notícias» aqui publicadas. O que a cobertura dos protestos contra a cimeira da NATO veio provar é que existe toda uma série de Valentinas a pulular pelos jornais, prontas a desenvolver as piores reportagens em nome dos “melhores” interesses.

Esta publicação é, sim, sobre jornalismo, sobre toda uma cobertura mediática, além fronteiras, que se tem desenvolvido em torno de um objecto bastante específico – a “extrema-esquerda anarco-autonomista” – e como esta, mesmo no seio das práticas que actualmente caracterizam a actividade jornalística (concentração empresarial, crise do jornalismo de investigação, precariedade contratual e ausência de autonomia, aumento de poder das agências privadas, etc) assume uma particularidade que merece ser destacada, analisada e desconstruída."


Podem descarregar aqui.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Abril em Março: lutas mil

Este Março, Abril e Maio vêm mais cedo. Uma alteração no calendário que, infelizmente, tende mais a acompanhar uma série de ataques sociais, do que traduzir um poder de resposta por parte dos que sofrem com os mesmos.

O anúncio destes ataques sucede diariamente, à medida que crescem os sinais de uma eventual intervenção financeira do FMI e da UE. Recentemente, cerca de 12 000 desempregados perderam a única fonte de rendimento auferida, um reflexo, segundo declarações do secretário de estado Valter Lemos, do “bom funcionamento do sistema”. Dias antes, o ministério do trabalho e da solidariedade social anunciava a cobrança de dívidas à segurança social contraídas por 20 000 trabalhadores a recibo-verde, uma condição caracterizada por elevados níveis de precariedade e por reduzidos níveis de rendimento.

Tais medidas não causam espanto, apenas indignação. Aquilo que nos é apresentado como crise, ou como resposta à mesma (do PEC à «ajuda externa») é o resultado do processo de evolução de um regime económico que bateu contra a sua própria parede, procurando no endividamento financeiro aquilo que não conseguia ganhar junto dos trabalhadores-consumidores.

O alcance da austeridade, do aumento da exploração e dominação sobre quem trabalha à destruição do direito à saúde, exige um desafio à altura. É com o objectivo de, aos poucos, criar as bases para uma resposta comum que, durante o mês de Março, várias iniciativas terão lugar.

As Jornadas AntiCapitalistas, desenvolvidas por vários grupos e indivíduos, decorrerão de dia 1 a 8 de Março, culminando numa manifestação no dia 5, às 15h, no Jardim do Príncipe Real. Composta por várias actividades, de debates a lançamentos de publicações, estas jornadas propõem uma outra crise, incentivada por uma “prática que não se cinja a comités centrais, tácticas parlamentares, políticos profissionais”, mas que constitua “um momento de encontro, de reflexão e de acção, no qual possamos pensar como nos vamos organizar para reclamar as nossas vidas e os nossos espaços”.

Para o dia 12, encontra-se marcado para a Avenida da Liberdade o protesto da geração à rasca. Uma proposta que, não obstante a limitação do seu âmbito (como se a precariedade apenas atingisse jovens licenciados), parece partir de uma lógica apartidária, reunindo em seu torno a atenção de milhares de pessoas. No mesmo dia, a Fenprof convoca para o campo pequeno uma concentração contra os cortes na educação, responsáveis pela precarização e desemprego de milhares de docentes. Finalmente, no dia 19, a CGTP sairá a rua, propondo um dia de protesto e indignação contra as políticas do governo.

Retirado de: Indymedia PT

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência

A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência é um movimento social independente do Estado, de empresas, partidos políticos e igrejas, que reúne moradores de favelas e comunidades pobres em geral, sobreviventes e familiares de vítimas da violência policial ou militar, e militantes populares e de direitos humanos. A Rede se constrói pela soma, com preservação da autonomia, de grupos de comunidades, movimentos sociais e indivíduos, que lutam contra a violência do Estado e as violações de direitos humanos praticadas por agentes estatais nas comunidades pobres.

Nossos objetivos são:

1) Estimular e promover movimentos permanentes nas comunidades, de prevenção e denúncia da violência estatal, propiciando seu relacionamento e apoio mútuo;
2) Reduzir o número e a freqüência, até a total eliminação, dos casos de mortes e violações de direitos devidas à atividade policial/militar;
3) Exigir do Estado reparação às vítimas e sobreviventes de abusos e violações cometidos por agentes do Estado;
4) Construir na sociedade uma rede de apoio jurídico às comunidades contra a violência policial/militar;
5) Construir na sociedade uma rede de apoio médico, psicológico e social às vítimas e sobreviventes da violência estatal;
6) Construir na sociedade uma rede de denúncias, ao nível nacional e internacional, de casos de violência e violações de direitos pelo Estado nas comunidades;
7) Junto com outros setores da sociedade, lutar contra as causas econômicas, sociais, históricas e culturais, da violência contra as comunidades, da criminalização e preconceitos contra os pobres e da desigualdade social.

Check: http://www.redecontraviolencia.org

domingo, 27 de fevereiro de 2011

[Grécia] Protesto hoje em Syntagma

Segue o relato de um companheiro directamente das ruas de Atenas. Mais informação logo que possível.

Na sexta feira e depois dum apelo sem assinatura que estava circulando na rede, concertamos-nos perto de 40 pessoas na Praça de Syntagma para organizar a nossa luta comum. Imediatamente 4 brigadas da policia (MAT-Aas forcas especiais de porcos "antidisturbios") apareceram e bloquearam o acesso para a avenida Amalia (e a avenida enfrente do Parlamento).

A gente que estava concentrada começou a gritar slogans contra o estado e o capital e contra o regime da ditadura democrática grega. Decidimos organizar na hora uma assembleia popular e escolher os próximos passos.

Na minha própria opinião era coisa mais linda de participar numa espontânea e auto-organizada Assembleia Popular na rua, rompendo o terror dos instrumentos da junta, mesmo em frente do sitio mais odioso, o Parlamento que representa o mais valioso símbolo da autoridade.

Continuamos aos gritos contra a opressão e decidimos a criação da Assembleia Aberta da Praça de Syntagma, partilhámos trabalhos para o próximo encontro e decidimos de sair todos juntos numa manifestação.

De repente entramos no Metro e saímos da outra saída da rua, deixando na obscuridade os bófias e lançando una raivosa manifestação de 40 malucos pelas cheias ruas do centro de Atenas.

Acabamos na Praça de Exarheia com a decisão de um novo apelo para Domingo 27 de Fevereiro as 5 horas da tarde. Abaixo segue o texto de alguns de nos para o dia de amanha onde explicamos com poucas palavras quem somos e o que queremos.

Ainda não sabemos se esta tentativa autogestionada terá futuro e será capaz de socializar se e ficar maior. Isto que sabemos com certeza e que há gente pronta para defender o direito de se concentrar na rua e protestar chamando em solidariedade todos e todas que participam no movimento contra a ditadura democrática.

Apelo para protesto no Domingo, 27 de Fevereiro, 17h na Praça Syntagma

Somos a repercussão das Greve Gerais encenadas. Dissidentes, anarquistas e comunistas. Desempregados, trabalhadores precários, imigrantes, estudantes do secundário, estudantes do superior, pobres, sem-abrigos e proletários.

Temos mil milhares de terras-natal e um número igual de deuses. Vivemos a violência do estado e dos patrões diariamente. Nós somos "os de baixo" e estamos determinados a esmagar este regime de falta de liberdade e exploração. Nós escolhemos as ruas de modo a que nos encontremos e marchemos com todos os que partilham a mesma necessidade de uma mudança radical na organização de uma sociedade que come as próprias crianças. Escolhemos a Praça Syntagma porque queremos privar a Autoridade do seu símbolo mais ilusório, o canil da Junta [os autores escreveram Canil, Kynovoulio em vez de Parlamento, Kynovoulio. Um jogo de palavras sem tradução]. Acreditamos ser necessário a formação de um movimento que não reconhece nenhumas fronteiras nacionais e que aponta na direcção de uma revolta popular generalizada bem como da criação de estruturas sociais de solidariedade e de apoio mutuo competitivas em relação ao estado.

Nós juntamos-nos publicamente e erguemos os nossos punhos no ar, chamamos todos os grupos, redes, colectivos e individuais que lutam contra o medo e humilhação, para coordenar os seus esforços longe dos patrões, mediadores e instrutores. Chamamos todos aqueles que resistem às "novas medidas", aos processos, aos contratadores, aos chefes sindicais vendidos, aos partidos parlamentares, aos informadores dos mass media, para juntar as suas vozes e propor soluções alternativas e potenciais contra este regime de morte.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

[Grécia] Fotos e vídeos da Greve Geral


















Mais vídeos aqui.

Fotos: 1, 2, 3, 4, 5

[Grécia] Updates da Greve Geral III

00:25 (GMT +2) Foi convocada uma manifestação de solidariedade com os detidos às 10 da manhã (locais) que vai até ao tribunal de Euelpidon em Atenas.

22:00 (GMT +2) Atenas: Estão entre 20 a 25 pessoas encurraladas numa das entradas do Hotel Grã-Bretanha na Praça
Syntagma. Estão cercadas pela polícia e presume-se que vão ser detidas. Há uma hora 70 pessoas ocupara a Associação de Imprensa Estrangeira da Grécia. Essa ocupação terminou.

20:07 (GMT +2) Atenas: As coisas estão calmas por agora e a multidão dispersou, contudo há centenas de pessoas reunidas em Propylaea numa Assembleia. Há 23 detenções confirmadas, 9 das quais ficaram mesmo em prisão.

18:35 (GMT +2) Atenas: Uma multidão de centenas de pessoas arrancou os bancos da Praça Syntagma para alimentar um fogo que tinham começado em frente ao parlamento. A polícia tentou dispersar a concentração cercando as pessoas de forma ameaçadora, mas toda a gente se manteve no lugar. Depois, a polícia dispersou a multidão cercando-os e perseguindo-os de maneira agressiva, com gás lacrimogéneo e espancamentos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

[Grécia] Updates da Greve Geral II



17:37 (GMT +2) Atenas: Após uma pausa, houve pelo menos mais um confronto na Praça Syntagma. A polícia tentou dispersar a multidão, calma e pelo menos uma pessoa foi espancada por um grupo de cerca de 10 polícias sendo depois detida. A situação está de novo bastante tensa. A estação de metro de Syntagma foi encerrada outra vez.

16:50 (GMT +2) Atenas: Foi feito um apelo para uma concentração na Praça Syntagma às 19h (hora local). Até agora há a confirmação de 6 manifestantes feridos. Há muitos policias da brigada motorizada e da polícia de choque ao longo da Avenida Alexandras.

Volos: Houve três manifestações com um to tal de três a quatro mil pessoas.

16:30 (GMT +2) Atenas: Um manifestante ficou com queimaduras graves devido a uma granada de gás, foi transferido para o hospital. Ficou ferido com gravidade no joelho. Há pelo menos 20 detenções confirmadas e 4 ou 5 prisões confirmadas também. Dois polícias motorizados tentaram ferir um manifestante perto da Praça Syntagm mas foram atacados com molotovs e as suas motas foram totalmente consumidas pelas chamas. As pessoas estão a tentar organizar um concerto na Praça Syntagm para esta noite. A maioria das pessoas vai ficar até essa altura.

Salónica: 100-200 pessoas estão a dirigir-se para a esquadra da polícia de Aristotelous em solidariedade com um manifestante que foi detido e transportado para lá.

16:10 (GMT +2) Atenas: A polícia conseguiu dispersar grande parte das pessoas que estavam na Praça Syntagma com recurso a gás lacrimogéneo e à brigada de polícias motorizados. Neste momento as pessoas estão a regressar à praça e já foi convocada uma assembleia para esse local para o fim da tarde de hoje. O metro voltou a abrir.

Salónica: Detenções aleatórias por parte da polícia secreta. Vários confrontos na Praça Aristotelous. A esquadra da polícia em Ano Polis foi atacada por manifestantes com cocktails molotov.

[Grécia] Updates da Greve Geral I

15:38 (GMT +2) Atenas: Vários milhares de pessoas estão reunidas na Praça Syntagma, onde cordões policiais protegem o parlamento. Foi feito o apelo para toda a gente voltar à praça. Pelo menos 30 pessoas foram detidas em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. As autoridades da reitoria estão em reunião, ao que parece vão violar o asilo académico. As pessoas estão a juntar-se na Praça Omonoia para avançarem até à Praça Syntagma. A polícia fechou as estações de metro centrais.

15:23 (GMT +2) Neste momento há manifestações por toda a Grécia incluindo Atenas, Salónica, Patras, Ioannina, Kozani, Agrinio, Naxos, Rethymno, Volos, Arta, Heraklion, Larisa, Serres, Kefallonia, Mytilenes, etc. A cidade de Drama chegou a estar inteiramente ocupada por manifestantes durante algum tempo.

15:05 (GMT +2) Atenas: Vários blocos de pessoas estão a juntar-se em frente ao Parlamento e pedem que toda a gente se junte a eles. As pessoas de Exarchia estão a tentar formar uma Assembleia. Diz-se que o tamanho da multidão é similar ao da manifestação de 5 de Maio de 2010 (cerca de 250.000 pessoas!). Milhares de manifestantes estão ainda nas ruas à volta de Exarchia e Propylaea enquanto tentam chegar à Praça Syntagma. Numerosos polícias de choque bloqueiam as ruas. Em muitas zonas de Atenas as pessoas atiram pedras à polícia que responde com gás e granadas flash. Há um numero incerto de detenções. As estações centrais do metro fecham por curtos períodos de tempo. Ainda há uma multidão a ocupar a Praça Syntagma.

14:28 (GMT +2) Salónica: A polícia tentou dividir a manifestação atacando com uma grande quantidade de gás lacrimogéneo e granadas flash. Muitos multibancos foram destruídos e continuam os confrontos na Praça Aristotelous e ruas circundantes.

14:10 (GMT +2) Atenas é como uma câmara de gás. Há violentos confrontos por todo o lado e muitos manifestantes foram feridos, incluindo idosos e deficientes. Há muitos polícias à paisana de cara tapada. As pessoas continuam na rua a defenderem-se.

[Grécia] Updates da Greve Geral

13:57 (GMT+2) Athenas: A manifestação foi gaseada e dividida em partes. Há confrontos em todo o lado e hjá noicias de motas da polícia em chamas. Tem havido detenções.

13:40 (GMT+2) Atenas: Milhares de pessoas estão na Praça Syntagma Foi utilizado muito gás lacrimogéneo para dispersar a multidão. Foram atirados Molotovs contra a polícia que está da parte de fora do parlamento. Houve manifestantes que tentaram ocupar o ministério das finanças, que fica perto dessa praça.

13:30 (GMT+2), Atenas: Há mais pessoas a concentrarem-se na Praça Syntagma. A polícia está a atirar gás lacrimogéneo. De acordo com a RADIO Radio Revolt, a polícia também atacou várias partes da manif em Salónica.

12:53 (GMT+2), Atenas: A manifestação é uma das maiores que Atenas já viu. Bom tempo e um ambiente óptimo. As pessoas dirigem-se para a Praça Syntagma.

12:50 (GMT+2), Atenas: A manif é enorme. Há relatórios que indicam que é maior do que as últimas manifs da greve geral do ano passado. O presidente (corrupto) GSEE (General Confederation of Greek Workers), Panagopoulos, foi provocado pelos manifestantes. O PAME (o sindicato ligado ao PC grego) organizou, como habitualmente, uma manif separada, quer também tem milhares de pessoas

12:30 (GMT+2), Atenas: Há detenções "preventivas" de sindicalistas. Milharesd e pessoas continuam a juntar-se. Há muitos polícias das secretas à volta de Exarchia e nas ruas envolventes.

Salónica: Polícias secretos foram perseguidos por manifestantes. Houve câmaras CCTV foram destruídas numa altura em que a marcha já começou.

Patras: Talvez mais de 4000 pessoas estão a marchar nas ruas centrais da cidade. Há migrantes que também se juntaram ao protesto.

12:00 (GMT+2): Milhares de pessoas estão a no centro de Atenas, Patras, Salónica, etc. As marchas ainda não começaram, porque ainda há muita gente a chegar. Há milhares de polícias (de choque, motorizada e secreta) a tentarem aterrorizar as pessoas.

Baile da Contracultura II

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Carta da prisão da anarquista Fee Marie Meyer, 18.02.2011

Atrás das grades...

Então às vezes até os cenários mais selvagens se tornam realidade, e assim aqui estou em prisão preventiva na prisão feminina de Koridallos (em Atenas) precisamente porque eu possuía documentos já publicados, porque sou anarquista. Claro que a lista original de acusações contra mim cresceu, com um crime extremamente grave adicionado - nomeadamente a minha referência aos anarquistas presos como "presos políticos". Estas são as razões na qual a decisão do tribunal foi baseada, as únicas razões com as quais me mandaram para a prisão. Não estou surpreendida, mas pergunto-me se isto que estou a passar não é perseguição política, então quando o será? Se calhar as perseguições a companheiros baseadas apenas nas suas relações e nos seus ideais não são politicas. Se calhar até a detenção de pessoas, à espera de julgamento, em prisões de alta segurança ou masmorras subterrâneas são um fenómeno aleatório completamente desligado da identidade política dos detidos. Não esquecendo a transformação de processos políticos em tribunais militares, actuando em circunstâncias especiais à revelia do acusado e mantendo a identificação das pessoas que decidiram assistir...

Estão a gozar connosco?

A própria autoridade livra-se do dipolo de inocência e culpa, o mesmo dipolo usado durante tantos anos com o objectivo de dividir a frente das pessoas em luta em bons, maus, legais e ilegais. A partir de agora, tudo está relacionado; linhas divisórias tornam-se fluídas e toda a gente que resiste é posta no lugar dos culpados. Toda a gente é potencialmente encarcerada nas acolhedoras celas das prisões gregas.

Dividir para reinar já não é necessário, a junta está agora sem vergonha, as pessoas estão uma vez mais divididas em dois grupos. Nos explorados e nos poderosos.

Nesta situação não são só os actos que importam mas os pensamentos também. Livros e publicações são considerados perigosos e devemos esperar uma nova publicação do “index librorum prohibitorum” (lista de livros banidos pela inquisição). A palavra anarquista/anti-autoritário é criminalizada e certamente precisa de se arrepender pois é subversiva. Isto é uma tentativa de silenciar e eliminar não só o povo em luta, mas também os pensamentos e os nossos ideais, as ideias que os nossos textos carregam com eles.

Tudo isto é extremamente perigoso nos dias de hoje.

Perigoso porque nos tempos que vivemos um novo totalitarismo liberal apareceu; uma junta perfeitamente pós-moderna e sempre socialista.

Perigoso como os grupos de pessoas que resistem se estão a alargar, em rede e a reconhecer a importância de uma luta multiforme.

Desde os respeitáveis moradores Keratea e áreas circundantes, os 300 imigrantes em greve de fome que exigem o sonho óbvio de vida com a consciência completa da sua classe, aos grevistas do Sistema de Transportes em Massa e outros sectores de trabalho que se recusam a curvar-se perante a chantagem dos seus patrões; o movimento "Eu não pago" cujos membros enfrentam a possibilidade e encarceramento.
Eles e quantos, quantos mais...

A esta junta não falta nada em comparação com as anteriores pois adoptou a vantagem militar da rapidez, versatilidade e as sempre presentes forças de "segurança" e a segurança para-estatal que se move armada, de cara tapada e sem iniciais - especializados na perseguição e tortura das pessoas em luta; especializados verdadeiramente em aterrorizar. Terroristas com novos e velhos métodos, raptos no meio da rua com efeitos cinemáticos, publicação de fotografias mesmo antes de as acusações serem formalizadas (como no recente caso do companheiro K.S. em Salónica), grupos inventados sem nome ou acções a serem incluídos nas listas de acusações contra companheiros detidos,leis terroristas com cláusulas especiais, mais leis, mais detenções.

Todo este clima é mantido e reproduzido através dos media que assumem o papel que o estado não seria capaz de cumprir por si próprio. Com mentiras atrás de mentiras, programas de TV sobre celebridades indiferentes que visam apenas pessoas estúpidas e ofendem a inteligência de quem as vê, eles tentam por um lado aterrorizar as pessoas e por outro mantê-las drogadas e subordinadas a um sonho barato.

Então, neste momento, por todas as razões acima a solidariedade como principal coordenador da unificação da frente das pessoas reprimidas tem ainda um maior valor. Solidariedade significa proximidade, não consonância: um reconhecimento do terreno comum do estado da nossa luta. Esta força política fundamental de maior organização social combinada com a maior satisfação individual.

Companheirismo, amizade e os meus pensamentos vão para todos os companheiros e amigos dentro e fora das prisões - mantenham-se fortes! Porque até deitarmos abaixo a última prisão e até à liberdade total ninguém será livre. Porque a hora mais negra é mesmo antes do amanhecer!

Fee Meyer

Cela 35, Ala B

Prisão Feminina de Korydallos

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

[Grécia] Quarta sessão do julgamento da Conspiração das Células de Fogo

A aplicação de excepção que foi apresentada pelos quatro companheiros da Conspiração das Células de Fogo contra os juízes principais e suplentes foi recusada nesta sessão de 15 de Fevereiro pelo tribunal de Atenas.

Os advogados dos três arguidos (Emmanuel Giospas, Nikos Vogiatzakis e Errikos Rallis) que estão em condicional bem como o advogado do aprisionado Alexandros Mitrousias repetiram as suas exigências contra os membros do tribunal. Mas foi decidido que não há suspeitas de preconceito e/ou parcialidade por parte dos juízes em detrimento dos réus.

Assim o julgamento deve prosseguir com normalidade no dia 22 deste mês.

[Grécia] Terceira sessão do julgamento da Conspiração das Células de Fogo

Na manhã de 10 de Fevereiro os três acusados que estão em liberdade condicional Emmanuel G,. N. Vogiatsakis, E. Rallis e Mitrousias A. que está outra vez detido foram a tribunal e os seus advogados pediram que a equipa de três juízes do tribunal de apelação fosse destituída porque, segundo eles, há forte suspeita de parcialidade e preconceito da sua parte.

Representantes da Ordem dos Advogados de Piraeus foram a este julgamento para intervir, tendo em conta os acontecimentos da última sessão. Estes representantes foram ver com os próprios olhos as condições em que está a decorrer o julgamento e possivelmente fazer uma reclamação. A delegação anunciou isto ao tribunal através do advogado de defesa K. Papadakis como uma medida de pressão sobre os juízes.

Eles acusaram-nos de violações processuais, de querer guardar a identificação de quem queria assistir ao julgamento, de não gravar as sessões, das nomeações dos advogados de defesa, de enviar as notas processuais para a Procuradoria e para a Associação de Advogados de Atenas.

O pedido de isenção não implica Constantina Karakatsani, pois ela manteve os seus advogados iniciais. O julgamento foi adiado para a semana seguinte.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Destruição "legal" do jardim da Cosa

"Jardim" da cosa completamente destruído

Dia 15 de Fevereiro, uns quantos fiscais da câmara municipal acompanhados de bófia à paisana, chegaram à COSA e roubaram todas as plantas que tínhamos no exterior da casa. Não avisaram antes, não nos deixaram retirar os vasos para o interior da casa e destruíram uma boa parte deles ao atirá-los para dentro de uma carrinha. Tínhamos uma juca enraizada no chão que foi cortada à machadada.
Por suposta "ocupação ilegal da via pública". Quem conhece o nosso espaço sabe que as plantas estavam o mais junto possível à fachada da casa e o passeio é largo para que se possa passar, apesar dos carros todos.

Das duas uma: Ou estes gajos consideram mesmo que o importante é tirar as plantas às pessoas ou isto é mais uma vingançazinha sobre a Cosa.
Até uns tecnocratas inúteis deveriam ser capazes de perceber que, nos dias de hoje, criminalizar e perseguir quem pretende dar um pouco de verde à sua rua é um sinal descarado de má formação e, sobretudo, burrice. Vai contra aquilo que é natural num ser humano.
É sabido que nós temos posições «radicais»: como acreditarmos que ninguém deve poder mandar nas vidas, nas casas e nas ruas dos outros. Mas isto roça já o surreal... Como é possível que se empenhem em perseguir uns vasos e arbustos? E chamam a isso trabalho?! Porque é que não se (pre)ocupam com as ruas deles? Porque aqui neste nosso bairro as pessoas acarinhavam e respeitavam este jardim.

Daí que, por uma mera questão de lógica, nos pareça que aqui se esconde uma vingança mesquinha. Não nos apanharam em tribunal, não nos conseguem pôr fora daqui, não nos calam e nunca nos vão submeter. E nós ficamos ainda mais cientes de que vocês, figuras da autoridade, estão mesmo dispostos a qualquer coisa e nunca terão escrúpulos.

Acções legais destas são um claro exemplo de que está na hora de mandar estes gajos às urtigas e começarmos a recuperar e gerir a nossa autonomia. Odiamos esta ordem, esta lei e aquilo em que querem transformar a cidade!

São a ligação e o amor que temos a esta terra que nos fazem querer lutar contra co-incinerações e resorts de luxo. E um dia vermos mais jardins selvagens a crescer!

Casa Ocupada de Setúbal Autogestionada

Fotos aqui.

It's the end of the World as we know it and I feel fine! Part 2



1. Off with their heads
2. Anarquía en España
3. The Master Warriors of Insurrection
4. La Rage
5. Report from Belarus

Parte um aqui.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fee Marie Meyer detida enquanto aguarda julgamento

Na tarde de 9 de Fevereiro Fee Marie Meyer ficou em prisão preventiva. Apesar de os media gregos terem sido forçados a admitir que as histórias que foram publicadas foram todas forjadas em conjunto com a polícia Meyer foi enfiada para a prisão. Depois de tudo o que se passou, ela tornou-se num assunto demasiado embaraçoso para ser deixada em liberdade. Da maneira que o caso está, o seu único crime é ser anarquista...

Caso Fee vá mesmo para a prisão, tornar-se-à na 50ª pessoa a estar detida na Grécia devido à sua ideologia política. Sendo de dessas 50 pessoas 41 são anarquistas fica bem patente o grau da repressão que por lá se vive!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Apelo a concentrações junto à embaixada e ao consulado da Grécia em Portugal em solidariedade com a luta dos imigrantes em greve de fome

A migração não é um crime, nem um problema. É a política da União Europeia, que é criminosa e altamente problemática. O Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo de 2008- essa política desumana que os persegue há anos- foi agora reforçado numa versão mais agressiva do que nunca.. Embora as medidas necessárias em matéria de asilo e de imigração sejam mencionadas o objetivo principal é o reforço das fronteiras,a exclusão e a expulsão.

É uma declaração de guerra contra os imigrantes. uma proibição explícita da legalização dos imigrantes em geral.

Desde 25 Janeiro 2011 são 300 os imigrantes na Grécia em greve de fome, para exigir a sua legalização

A privação de direitos de pessoas por causa de sua origem não acontecerá apenas na Grécia, mas em toda a Europa.
A solidariedade para com a sua luta passa por uma oposição concreta ao reforço de fronteiras e à exclusão dos imigrantes, tal como praticada na Europa.

Os imigrantes em greve da fome na Grécia decidiram lutar pelos seus direitos. E com toda a razão! Num clima de repressão brutal em que aumentam as polémicas anti-imigrantes,em que as perseguições são já visíveis por todo o lado, os mortos e feridos por xenofobia começam a ser perigosamente banais, temos de agir!

Não só na Grécia, mas em toda a Europa e em todo o lado, temos de lutar por direitos iguais para todos.

A nossa solidariedade para com os trabalhadores imigrantes em greve da fome na Grécia é incondicional.

Legalização já! Igualdade de direitos já! Abolição das fronteiras!

APELA-SE À MOBILIZAÇÃO DE ACTIVISTAS SOCIAIS PARA CONCENTRAÇÕES JUNTO DA EMBAIXADA E DO CONSULADO DA GRÉCIA EM PORTUGAL.

Iniciativa Anarquista em Portugal de solidariedade com a luta dos imigrantes em greve da fome na Grécia

Retirado de: Indymedia PT

domingo, 13 de fevereiro de 2011

[Grécia] Keratea-Lavreotiki: Dois meses de terrorismo



Na terça feira, 8 de Fevereiro, pelas 04:00, culminou o ataque coordenado da ditadura democrática contra o povo de Keratea (Ática, Grécia). Desde 11 de Dezembro, e durante os últimos dois meses, os residentes e as pessoas em solidariedade resistem fortemente contra o projecto de construção do aterro sanitário na área de Lavreotiki. As pessoas opõem-se, por qualquer meio ao plano da “deterioração das suas vidas e a pilhagem das riquezas naturais” que estão a planear as empresas de construção e suas muletas políticas.

A resistência da sociedade local através de instituições, mas também através da generalizada contra-violência social ( como confrontos quase diários com a polícia nas barricadas com cocktails molotov, atirando pedras e com sabotagem das obras de construção ) não poderia ser deixada sem resposta.

Numa motivação (no que diz respeito a esta área) sem precedentes de instrumentos de todo o mecanismo repressivo do Estado, bastardos de segurança da polícia invadiram casas de lutadores residentes, de modo a criminalizar suas acções e intimidar todos aqueles que resistem. Policias espancaram e prenderam muitas pessoas. A mãe de um dos detidos sofreu um ataque cardíaco, como foi testemunhado até pelo presidente da câmara municipal. Pessoas em solidariedade tentaram impedir a sua detenção e exigiram sua libertação imediata, cercando o departamento local da polícia. Desta forma, o Estado lançou sua operação de estilo militar. Esquadrões da polícia desencadearam uma guerra biológica, com o uso continuo de gás lacrimogéneo e asfixiante, spray pimenta, assim como bombas de “efeito moral”, com o objectivo de exterminar a comunidade local.

O silêncio ensurdecedor dos media corporativos foi mais uma vez, em plena coordenação com a misantropia dos porcos da policia: Enquanto as forcas especiais e policiais à paisana espancavam jovens e velhos, homens, mulheres e crianças “(de acordo com muitos relatórios) e gritavam, por vezes, o nome de Alexis Grigoropoulos mostrando a sua auto-satisfação assassina, nas bancadas do Parlamento, tomava lugar o discurso sobre as alterações da nova política pela Saúde. Os meios de comunicação esconderam completamente os eventos em Keratea-Lavreotiki – (ironicamente, provocando ate a “nostalgia” dos seus ex-boletins de desinformação de última hora ). Ao mesmo tempo que a esquerda corporativa limitou sua reacção a umas perguntas no parlamento, e fez denúncias vagas de violência policial, as pessoas de todas as idades e ideologias estavam a praticar o seu direito à activa auto-defesa, atirando potes, laranjas, pedras e qualquer outro objecto acessível a partir das varandas e nas ruas contra os armados invasores.

Os órgãos da ditadura democrática tornaram toda a região numa zona militarizada, quebraram o bloqueio do Parque Industrial (VIO.PA), ocuparam as principais ruas de Keratea e restringiram os combatentes residentes nas ruas em torno da praça central de Agios Dimitrios. Uma ideia indicativa dos eventos – que o Estado, os patrões e os papagaios dos media querem ocultar – foi o apelo geral da guerra: os sinos das igrejas ressoavam no começo da tarde chamando as pessoas para ir para as ruas, enquanto o rádio municipal de Lavreotiki hospedava (mesmo por algumas horas) correspondências ao vivo contra o regime.

Lavreotiki e particularmente a cidade de Keratea acabou por se tornar uma área bloqueada, de forma literal e figurativa, e isso pode ser comprovado por dezenas de testemunhas oculares enraivecidos, dezenas de cidadãos feridos, entradas para a região guardadas pela polícia, o ataque total contra uma luta radical, condenada à obscuridade pelo regime e seus porta-vozes. Mas, principalmente, é indicado pelo testemunho comum de todos aqueles que denunciaram publicamente a brutalidade do Estado, notando que só por acaso não lamentamos vítimas esta noite (até 02/09). Pelo menos em um caso, um policial à paisana puxou sua arma contra o povo.

O número exacto de feridos, detidos e presos ainda não foi verificado. A única certeza é que a luta dos moradores de Keratea/Lavreotiki é a nossa luta, uma luta à beira do desespero e da mera sobrevivência. Todos os membros da sociedade local (dos mais conservadores ate os mais radicais) reconhecem o Estado como mecanismo de aterrorizar, e chamam de solidariedade que pode e deve ser expressada por qualquer meio, em toda a Grécia e no estrangeiro. Na quarta-feira, 02/09 às 19:00 os residentes e as pessoas em solidariedade chamam uma reunião aberta na praça central de Agios Dimitrios (em frente à igreja), em Keratea.

Haverá mais actualizações sobre a situação em breve
como também um boletim sobre as mobilizações dos últimos dois meses.

Retirado de: Contra Info

[Grécia] Os 4 de Salónica estão em Liberdade!

Os quatro companheiros foram considerados inocentes (excepto de uma acusação menor) das acusações que remontavam às manifestações contra a Cimeira da UE em 2003.

Os quatro acusados estão em Liberdade. Todas as acusações foram retiradas, excepto "desafio grave à autoridade" que foi reduzido para "desafio menor à autoridade". Este é um delito que dá uma pena de 6 meses de pena suspensa, mas nenhum deles será preso a menos que seja processado por qualquer motivo nesses 6 meses. Foi o melhor que os juízes conseguiram fazer, pois eles tinham que ser acusados de alguma coisa para justificar os 6 meses que estiveram presos em 2003.

Uma boa notícia!

[Grécia] Sexta sessão do julgamento dos 4 de Salónica

Quarta-Feira, 26 de Janeiro de 2011, Tribunal de Salónica

Com a acusação completa e com as testemunhas de defesa a serem analisadas bastante à pressa, cabia então ao procurador delinear o porquê das leis utilisadas para a acusação.

As acusações eram: causar explosões com a intenção de por em risco a vida humana, posse de materiais ou aparelhos feitos com o objectivo de causar explosões. O ponto aqui é que a posse pode ser provada, nem que os explosivos tenham estado contigo apenas um segundo. Causar explosões estava ligado à posse, ou seja, tens posses com o objectivo de causar, embora tenham permanecido como acusações diferentes. Combinando o acto de posse com o de causar criou a acusação de "motim grave".

Até agora tudo bem, ou mal, depende de como se olha para isto.

O procurador apontou o que aconteceu em Génova em 2001, e que seria de esperar problemas semelhantes na Cimeira da União Europeia em Salónica em Junho de 2003. O "Black Bloc" era esperado, e estaria preparado, armado com uma variedade de armas com a intenção de por em perigo a vida e a propriedade em desafio à autoridade. No evento, lojas, carros e escritórios foram atacados, danificados ou queimados. Oito polícias ficaram feridos.

Para Michalis ele pediu que fosse condenado por causar continuamente explosões - mais grave que causar uma explosão. Ele não queria acreditar que os polícias hoje pudessem estar enganados na identificação ou a mentir: se a polícia quisesse forjar provas teria usado mais que um agente contra Michalis. Concluiu que a decisão do primeiro julgamento estava correcta e que Michalis devia ser condenado por causar várias explosões, posse de explosivos e motim grave.

Para Kastro, disse que ele atirou 10 molotovs, embora sem por vidas em perigo. Sendo assim, pediu que fosse condenado por posse de explosivos e motim grave.

No caso de Fernando, tanto a acusação de posse como uso de explosivos não foi provada devido a dúvidas de identificação e inconsistência do testemunhos dos polícias. Pediu que todas as acusações contra Fernando fossem retiradas.

Em relação a Simon, ele estava satisfeito com a acusação de ter lançado um molotov com a intenção de por vidas em perigo (no primeiro julgamento foi acusado de várias explosões), e que a posse de 7 molotovs foi provada por 9 testemunhas contra ele. O procurador não queria acreditar que 9 polícias pudessem estar a mentir. Concluiu que ele pode eventualmente ter sido espancado, mas as duas acusações que recaiam sobre ele combinadas criavam a terceira de motim grave.

Depois de um intervalo, 5 dos advogados fizeram as alegações finais a favor dos seus clientes e como parte da imagem que unia todos os casos. Mas, quando o relógio se aproximava das 15h Bakkellas, o advogado de Simon, pediu para atrasar as suas alegações finais visto que o tribunal encerra às 15:30 e assim não teria tempo de concluir. Os juízes queriam que ele continuasse que caso fosse preciso passava o tempo, a tensão subiu um pouco. Uma funcionária do tribunal disse que não aceitava isso pois não iria ser paga pelas horas extraordinárias.

Um dos três juízes já tinha um julgamento agendado para o dia seguinte e na Sexta-Feira ia ser mais um dia de greve para o sindicato dos advogados. As alegações finais de Bakkellas ficaram marcadas para dia 31 de Janeiro bem como a leitura da sentença.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Novo julgamento do despejo do CCL: dia 17 de Fevereiro

Foi marcado o novo julgamento do processo de despejo do Centro de Cultura Libertária. Este julgamento irá decorrer no dia 17 de Fevereiro, pelas 14 horas, no Tribunal de Almada.

Ao longo dos últimos dois anos, o Centro de Cultura Libertária tem-se debatido com a ameaça de perder a sua sede, na Rua Cândido dos Reis em Cacilhas, devido a um processo de despejo movido pelo proprietário do edifício. Após ter sido condenado a abandonar as suas instalações, num julgamento realizado em 2009, o Centro de Cultura Libertária recorreu da sentença para o Tribunal da Relação. O resultado deste recurso foi favorável ao CCL e deu origem à marcação deste novo julgamento.

No meio da incerteza quanto à manutenção deste espaço que tanto amamos, agradecemos a solidariedade de todos @s companheir@s que nos apoiaram. Sem este apoio, dificilmente teríamos conseguido manter o nosso espaço até agora.

Centro de Cultura Libertária
6 de Fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

[Porto] É hora de inverter as pirâmides do poder

É hora de inverter as pirâmides do poder! Foi o sentido de uma solidariedade que também tem, muito, a ver com a luta que se faz por cá!
Porto, Ribeira, hoje à tarde.

Foi distribuído um texto que acabava da seguinte forma:

A revolta, que é o estado natural da humanidade em situações de injustiça, é, neste momento, mais visível e mais aguda no Magrebe. Mas para quem, também por aqui, anda farto de pagar as crises dos outros e de contribuir para que os ricos prosperem, esta parece uma boa hora para perder o medo e ajudar os tunisinos e os egípcios a fazerem história. Porque, apesar de estarmos geograficamente distantes, a nossa luta é a mesma, a nossa dor é a mesma e a nossa liberdade é a mesma. E, se tocam num, tocam em todos. Sejamos solidários, apoiando-os nas suas lutas, desmascarando os seus (e, portanto, nossos) inimigos e, acima de tudo, trazendo o combate que nos une também para aqui.

Eis o texto completo do folheto distribuído:

Lições de dignidade

No Egipto, em 1991, por alturas da guerra do Golfo, foi imposto um devastador programa do FMI. As receitas habituais de desregulamentação dos preços dos alimentos, de privatização geral e de medidas de austeridade maciças levaram ao empobrecimento da população egípcia e à desestabilização da sua economia. O Egipto era louvado como um aluno bem comportado do FMI. Na Tunísia, o papel do governo de Ben Ali foi impor os mesmos remédios económicos mortais.

Tanto Hosni Mubarak como Ben Ali permaneceram no poder, porque os seus governos obedeceram e aplicaram efectivamente os princípios de organização económica que interessa ao mundo ocidental. Para muitos cidadãos dos Estados Unidos e da Europa, descobrir que a Tunísia ou o Egipto são ditaduras foi uma enorme surpresa. Os governos nunca nos avisaram sobre eixos do mal que incluíssem estes países, os média nunca nos inundaram com relatos de violações de direitos humanos, ainda hoje relatam mortes de manifestantes como meros danos colaterais, chatos mas óbvios, e não podemos senão especular sobre como seriam as notícias se isto se passasse, por exemplo, no Irão, e tudo se manteria assim se os tunisinos e os egípcios não tivessem tomado as ruas a denunciar essa situação e todas as outras decorrentes do modelo económico imposto.

Quando decidiram fazê-lo, foi com a força de vontade de quem está, real e genuinamente, farto. Apesar de todo o dispositivo de segurança, apesar de serem feridos aos milhares e assassinados às centenas, o povo egípcio continua a alimentar as ruas com vagas sucessivas de protestos. Fazem-no por liberdade, por dignidade, por um futuro melhor, pela educação das suas crianças, pelo direito a terem um lugar sentado à mesa da qual foram excluídos pelo colonialismo.

A mesma coragem que não foi demonstrada pelas operadoras de telecomunicações que cumpriram zelosamente as instruções governamentais para suspender os seus serviços em algumas áreas do Egipto. A lembrar que, por muita liberdade e direito à palavra que professem, as empresas esquecem rapidamente os seus spots publicitários e trocam com alegria os direitos humanos pela continuação da rentabilização das suas operações. Só para quem não se recordasse de que lado cavalgam empresas como a Vodafone, que, no caso egípcio, tem dado uma ajuda de facto a Mubarak.

O Ocidente olha as coisas com preocupação. Se, por um lado, não quer que os seus fiéis fantoches sejam derrubados, por outro, não pode ser visto a socorrê-los abertamente. O apoio generalizado a Mohamed Al-Baradei é uma saída. Com a sua reputação de dissidente rival do presidente Mubarak, possivelmente terá algum apoio entre a respeitável classe média do Egipto. E a sua ideologia não é "extremista". É segura, respeitável, confiável, liberal. Os telejornais de todo o mundo começarão a apresentá-lo como a alternativa lógica, se não começaram já.

O poder ocidental sobre o Egipto, que começa, também ele, a ser desmascarado nas ruas do país, é apenas um dos pesos a considerar. As grandes multinacionais, que tanto têm prosperado no Magrebe, têm interesses convergentes e, como tal, são parte importante e fundamental do prato onde se aloja o Ocidente. Com capacidade para fazer pender a balança para outro lado estão, por exemplo, as forças não seculares que, apesar de não estarem na génese dos protestos, têm um campo fértil para se desenvolver, num Egipto de maioria islâmica, onde 85% dos crentes em Alá vê como positiva a influência do Islão na política do país.

A saída definitiva da rebelião não é clara. Da revolta, pode nascer um novo governo em que tudo mude para que tudo fique igual, uma solução em que o poder religioso se imponha ou uma revolução que signifique um ataque aos alicerces do sistema actual. A nossa esperança, no entanto, está com o povo egípcio e a capacidade que tem tido de, sob condições duríssimas, fechar a cortina à ditadura, recusar a deterioração do seu nível de vida e inventar formas de organização.

A revolta, que é o estado natural da humanidade em situações de injustiça, é, neste momento, mais visível e mais aguda no Magrebe. Mas para quem, também por aqui, anda farto de pagar as crises dos outros e de contribuir para que os ricos prosperem, esta parece uma boa hora para perder o medo e ajudar os tunisinos e os egípcios a fazerem história. Porque, apesar de estarmos geograficamente distantes, a nossa luta é a mesma, a nossa dor é a mesma e a nossa liberdade é a mesma. E, se tocam num, tocam em todos. Sejamos solidários, apoiando-os nas suas lutas, desmascarando os seus (e, portanto, nossos) inimigos e, acima de tudo, trazendo o combate que nos une também para aqui.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Fight Back!

Coimbra, Lisboa e Porto solidários com o povo egípcio

CONCENTRAÇÃO DE SOLIDARIEDADE COM A LUTA DO POVO EGÍPCIO no próximo Sábado em Lisboa, Coimbra e Porto

Preparam-se para este Sábado uma manifestação mundial de solidariedade para com os manifestantes pacíficos e corajosos que estão nas ruas do Egipto a tentar acabar com uma ditadura social-democrata de 30 anos (nota: Mubarak e o seu... partido são elementos da Internacional Socialista).

Em Lisboa - Praça do Município às 18h.
http://www.facebook.com/event.php?eid=191313090887528

Em Coimbra - Praça 8 de Maio a partir das 15h
http://www.facebook.com/event.php?eid=137900752939937

No Porto - Praça do cubo, na Ribeira, às 15h30
http://www.facebook.com/event.php?eid=137900752939937

Indymedia PT

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

[Grécia] Abstenção de comida nas prisões de Avlona e Koridallos

Sabemos isto em primeira mão. Há milhares de caminhos para a Liberdade e existem milhares de desacordos entre aqueles que lutam. Além disso, cada individuo, cada grupo, cada organização, consiste noutra tendência da comunidade revolucionária. No entanto...

Quando fechamos os olhos as mesmas imagens são pintadas nas nossas mentes. Quando tomamos as nossas decisões o mesmo sorriso é moldado nos nossos rostos. Quando vamos ao ataque são os mesmos os impulsos dos nossos corações e quando caímos nas mãos do inimigo elaboramos e emitimos a mesma força. E partilhamos os mesmo orgulho, a mesma estranheza, o mesmo céu...

Um golpe num de nós, é um golpe em todos nós. E a luta de um de nós é a luta de todos nós. As torturas, os julgamentos, os processos de uma geração de guerrilhas, revolucionários, anarquistas podem ter intuitos diferentes, mas vão-nos ter a todos contra eles.

Na guerra que nós conscientemente acentuamos e que não tem fim, nenhum revolucionário vai ficar sozinho.

O aumento qualitativo e quantitativo das hostilidades, os reféns de guerra que as desencadearam são e serão contempladas com repressão actualizada proporcionalmente. Salas especiais, aumento das medidas de segurança, registo daqueles que vão assistir aos julgamentos, vão ser incluídos na agenda dos jogos teatrais da vingança do governo.

O grito de guerra dos membros e dos réus da organização revolucionária Conspiração das Células de Fogo inaugura as novas batalhas que vão ter lugar a partir de agora no território do inimigo.

Mostra-nos que esta guerra não acaba com a prisão de um lutador e continua sob qualquer condição. Desde as avenidas com as barricadas em chamas, à fuga cuidadosa nos becos das metrópoles, do pátio de todas as prisões às salas de tribunal cheias de "ekamites" (forças especiais), nós mantemos-nos erguidos de maneira a defender a nossa honra, liberdade, a luta, a revolução.

Desta maneira começamos uma abstenção de comida da prisão hoje, Quinta-feira 27 de Janeiro* como um símbolo de amizade, respeito e solidariedade revolucionária à luta dos membros e réus da Conspiração das Células de Fogo, que dá um luminoso exemplo de dignidade e atitude orgulhosa juntando a intolerância revolucionária contra a intolerância dos seus perseguidores e da justiça estatal.

Dimitris Fessas
Babis Tisilianidis
Dimitris Dimtsiadis

Prisões de Koridallos

Socratis Tzifkas
Gianis Skouloudis
Panagiotis Anastasiadis
Steilos Anastasiadis

Prisões de Avlona

P.S.: Sabemos que a abstenção da comida da prisão como meio de luta tem um carácter exigente e tem um alcance limitado, não podemos senão segui-lo como um aspecto do espectro de possibilidades que temos à nossa disposição e para apoiar completamente como escolha nossa dentro destas condições particulares.

*Nas prisões de Avlona começámos dia 26.

Chamado à Ação Internacional para manifestações de solidariedade nas embaixadas da Alemanha: Salvemos Liebig 14!


Liebig 14 é um dos projetos mais duradouros de vivenda independente em Berlim, que funciona como um espaço para a vida coletiva, bem como da comunidade e de organização política por mais de 20 anos. Depois de um processo jurídico de quatro anos, os proprietários do edifício finalmente deram uma permissão legal para desalojar a casa em 2 de fevereiro de 2011.

A casa foi ocupada logo após a queda do muro, numa área abandonada de Berlim Oriental, o despejo de Liebig 14 é apenas um sintoma de um processo de gentrificação, que obriga os moradores mais pobres a se mover para fora do centro cidade e que está destruindo radicalmente a infra-estrutura da cidade.

Liebig 14 tem orgulho de ser parte da longa história de espaços autônomos em Berlim e em todo o mundo. No trabalho contra o capitalismo, a hierarquia social e as discriminações, as áreas autônomas são passos pequenos, mas concretos no sentido de aumentar à emancipação política e de vida independente.

O despejo de Liebig 14 é uma perda não só para projetos de infra-estrutura alternativa de Berlim, mas também um ataque mais amplo contra projetos de todas os lugares, que buscam construir movimentos alternativos, mais justos socialmente e modos de organização sociais mais sustentáveis.

Solidariedade com os espaços livres sob ameaça em Berlim, Amsterdam, Londres e em todo o mundo é a chave, se quisermos manter estes recursos vitais.

Parem de destruir as nossas cidades com a gentrificação!

Vamos apoiar os espaços autônomos!

Salvemos Liebig 14!

Mais infos: http://liebig14.blogsport.de

agência de notícias anarquistas-ana

Começo de chuva...
A tempestade faz festa,
no meio da rua.

Humberto del Maestro

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

[Grécia] Quinta sessão do julgamento dos 4 de Salónica

Terça-Feira, 25 de Janeiro 2011, Tribunal de Salónica

Duas testemunhas foram chamadas pela defesa de Michalis. Estiveram com ele no dia da manifestação e testemunharam que ele não estava a usar uma mochila, pois conseguiam vê-lo claramente por trás. Também não o viram atirar nada, e perderam contacto com ele nas nuvens de gás lacrimogéneo. Estas testemunhas foram ouvidas 10 minutos cada.

Foram chamadas três testemunhas para Kastro. A primeira testemunha conhecia Kastro de Creta já há alguns anos. Disse que ele não levou nenhuma mochila na manhã em que deixaram o seu apartamento partilhado. Foi-lhe perguntado se seria possível que Kastro tivesse levado o seu visto de residência e o tivesse deixado noutra mochila. A testemunha respondeu que ele não tinha visto de residência. Kastro tinha feito um pedido para o visto em 1997 e foi recusado. De qualquer das maneiras o alegado documento não foi incluído na lista de posses feita pelos polícias que o detiveram.

A segunda testemunha é um doutor que esteve com Kastro por volta das 18h perto da estátua de Venizelos (contrariamente ao que dizia a polícia, que afirmou que ele estava numa multidão a atirar molotovs). Ele disse que teve muitas conversas com Kastro no Festival Anti-Racista em Salónica, uma semana antes da manifestação e não ficou com a ideia de que ele fosse uma pessoa violenta. Também não se lembra de ver Kastro com uma mochila no dia da sua detenção. A última testemunha foi um professor universitário que conhece Kastro de Creta. Disse que ele não é uma pessoa violenta, e que provavelmente foi tornado numa vítima devido ao facto de ser imigrante. De novo estas testemunhas foram interrogadas muito rapidamente.

Nas duas horas seguintes foram apresentados documentos de apoio aos acusados, tais como referências de trabalho e personalidade, cartas de solidariedade de várias organizações políticas, sociais e de direitos humanos. Foi mostrada também uma notícia de como um grupo de manifestantes conseguiu processar com sucesso a polícia de Barcelona depois de terem passado por uma situação semelhante na cimeira da UE em 2002.

Foram lidas também as alegações que levaram a que retirassem as acusações contra cada acusado (originalmente feitas em Fevereiro de 2004). Depois da reabertura do processo em 2008 foram feitos alguns relatórios por parte dos constituintes do painel de 3 juízes e 4 jurados que acreditam na inocência dos acusados. Foram todos lidos. Esse relatórios sublinhavam muito do que acabou por acontecer neste julgamento: contradições entre agentes, dúvidas acerca das identificações, falta de provas, falta de pormenores, problemas com os relatórios iniciais de detenção, etc.

As três últimas testemunhas eram para Simon. A primeira conhecia Simon já há muito tempo de Londres e testemunhou que a cultura de manifestações do Reino Unido geralmente não envolve molotovs e gás lacrimogéneo. Disse também que não faz parte da personalidade de Simon agir da maneira que a polícia testemunhou. As duas últimas testemunhas estiveram com ele até poucos minutos antes de ser detido e afirmaram que apenas tinha uma mochila azul com roupa e água. Eles tinham certeza disso pois lembram-se de confirmar se tinham água suficiente antes de sair para a manifestação. Ambos afirmaram sentir-se presos nas nuvens de gás enquanto a polícia dividia a manifestação em grupos mais pequenos para carregar sobre eles. Mais uma vez as testemunhas foram interrogadas bastante rápido.

Finalmente foi a vez de os acusados deporem. O advogado de Michalis falou em seu lugar (Michalis está em prisão preventiva por causa de outra acusação) contra a criminalização daqueles que se identificam como anarquistas. Todos os acusados negaram as acusações. Era fim da tarde e os juízes estavam claramente incomodados com o sol que entrava pelas janelas. Depois de algumas perguntas do procurados e do juiz que preside o tribunal o testemunho dos acusados estava completo e o tribunal encerrado para esse dia. Parece ter acabado demasiado rápido, quase como se o testemunho dos acusados não tivesse importância.

[Egipto] População atacada na ponte

Vídeo impressionante de confrontos entre a polícia e manifestantes numa ponte no Cairo. A bófia atropela várias pessoas com as suas carrinhas, mas devido à resistência das pessoas presentes a polícia vê-se obrigada a retirar!

[Egipto] Manifestação na Praça Tahrir

Nobody in Egypt has ever seen so many people in one place. The idea of marching seems to have been dropped as all the streets around the square are packed full of people. The atmosphere is generally joyous, but with intermittent cries of mourning for the dead of the past week.

— phoned in from Tahrir square, 5:15pm





terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

[Egipto] Grande manifestação convocada para hoje!

The last remaining internet connection in Cairo (the one we have been using to update this blog) has just been shut down (11pm Egyptian time). Sources say all the mobile phone lines will again be cut off tonight.

But despite the media blackout a million man march has been organized for 9am tomorrow morning, from Tahrir square to the presidential palace.

Spirits remain high, everyone knows that the time of this regime is over.

– Phoned in from Cairo, 11:10pm.

URGENT MESSAGE FROM ACTIVIST IN EGYPT. PLEASE REPOST IF YOU CAN!

“To all the people of world”

Alicia Ali Marsden

To all the people of world

The people in Egypt are under governmental siege. Mubarak regime is banning Facebook, Twitter, and all other popular internet sites Now, the internet are completely blocked in Egypt. Tomorrow the government will block the 3 mobile phone network will be completely blocked.

And there is news that even the phone landlines will be cut tomorrow, to prevent any news agency from following what will happen.

Suez city is already under siege now. The government cut the water supply and electricity, people, including, children and elderly are suffering there now. The patients in hospitals cannot get urgent medical care. The injured protesters are lying in the streets and the riot police are preventing people from helping them. The families of the killed protesters cannot get the bodies of their sons to bury them. This picture is the same in north Saini (El-Sheikh zoyad city) and in western Egypt (Al-salom). The riot police is cracking down on protesters in Ismailia, Alexandria, Fayoum, Shbin Elkoum, and Cairo, the capital, in many neighborhoods across the city.

The government is preparing to crackdown on the protesters in all Egyptian cities. They are using tear gas bombs, rubber and plastic pullets, chemicals like dilutes mustard gas against protesters. Several protesters today have been killed when the armored vehicles of the riot police hit them. Officials in plain clothes carrying blades and knives used to intimidate protesters. Thugs deployed by the Egyptian Ministry of Interior are roaming the streets of Cairo, setting fire on car-wheels as means of black propaganda to demonize protesters and justify police beatings and state torture

All this has been taken place over the past three days during the peaceful demonstrations in Cairo and other cities. Now, with the suspicious silence of the local media and the lack of coverage from the international media, Mubarak and his gang are blocking all the channels that can tell the world about what is happening.

People who call for their freedom need your support and help. Will you give them a hand?

The activists are flooding the net (youtube and other sites) with thousands of pictures and videos showing the riot police firing on armless people. The police started to use ammunition against protesters. 15-year old girl has been injured and another 25 year old man has been shot in the mouth. While nothing of these has appeared in the media, there is more to happen tomorrow. Will you keep silent? Will you keep your mouth shut while seeing all these cruelty and inhumane actions?

We don’t ask for much, just broadcast what is happening

[Egipto] Continua a Revolta!

"We will not be silenced ,whether you're a Christian, whether you're a Muslim, whether you're an atheist , you will demand your goddamn rights , and we will have our rights , one way or the other. We will not be silenced "



O pessoal do Occupied London tem um blog constantemente actualizado directamente das ruas do Cairo.

Check: http://www.occupiedlondon.org/cairo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cruz Negra Anarquista


Esta organização começou como Cruz Vermelha Anarquista (entre 1900 e 1905) criada para dar apoio a presos políticos e às suas famílias na Rússia Czarista. Durante a guerra civil russa o grupo cresceu bastante devido à necessidade de apoiar um crescente número de prisioneiros anarquistas.

Em 1918, na Ucrânia, Nestor Makhno mudou um pouco os objectivos desta organização. A prioridade era o apoio médico de emergência e auto-defesa. A Cruz Negra Ucraniana preparou a defesa de várias cidades contra ataques do exército vermelho.

Posteriormente, e já com a sua base estabelecida em Berlim, a Cruz Negra Anarquista dedicava-se ao apoio aos prisioneiros anarquistas do regime soviético como também ao prisioneiros do regime de Benito Mussolini.

Durante a década de 40 o grupo não consegue lidar com os pedidos de ajuda cada vez mais massivos e vai abaixo.

Na década de 60 volta a emergir, desta feita no Reino Unido, e dedica-se ao apoio aos resistentes ao regime de Franco em Espanha.

Durante a década de 80 a organização expandiu-se largamente por todo o mundo, tendo bastante actividade em Espanha, Venezuela, Costa Rica, Colômbia, Argentina, Brasil, Puerto Rico, México, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, Bélgica, França, Polónia, República Checa, Grécia, Itália, Alemanha, Áustria, Finlândia, Holanda, Rússia, EUA, etc...

As principais actividades hoje em dia são:

- Manter correspondência habitual com os prisioneiros a fim de os ajudar a ultrapassar melhor a situação e para saber em primeira mão as condições e violações dos direitos humanos nas prisões;

- Denunciar a situação que se vive no interior das prisões bem como os dados dos agredidos e falecidos e as violações aos direitos que sofreram;

- Defender com veemência que a prisão é um problema social e não uma solução, tal como arranjar soluções mais justas de compensação às vitimas que não gerem mais problemas sociais;

- Difundir informação sobre legislação relativa a direitos dos detidos e os direitos dos quais se pode fazer uso na prisão, e como o fazer;

- Realizar debates, colóquios, concertos sobre o tema das prisões;

- Angariar fundos para o apoio jurídico;

- Denunciar a situação de presos concretos em campanhas específicas de modo a conseguir a sua libertação ou melhora de condições;

- Organizar manifestações ou concentrações.

Check:

- Cruz Negra Anarquista (Península Ibérica)

- Anarchist Black Cross Federation

- Cruz Negra Anarquista


[Grécia] Quarta sessão do julgamento dos 4 de Salónica

Segunda-Feira, 24 de Janeiro de 2011, Tribunal de Salónica

O polícia #15 deteve Michalis e alegou que ele tinha uma mochila com três molotovs, quatro máscaras e uma fisga. Ele afirmou que viu Michalis atirar vários molotovs durante um período de 30 minutos. Não soube dizer o que aconteceu à dita mochila depois de ele ser entregue à equipa de detenção. Nem se conseguiu lembrar se Michalis estava com luvas ou máscara.

A defesa achou estranho que no vídeo mostrado em tribunal Michalis não usa nenhuma máscara de gás, mas supostamente trazia quatro na mochila. Porque faria isso? O polícia #15 não se lembrava ou não conseguiu responder a muitas das perguntas. Esta era a única acusação contra Michalis.

Depois, foi chamada uma testemunha pela defesa de Fernando: estiveram sempre juntos na manifestação, apenas ficando separados nas nuvens de gás lacrimogéneo. Ele afirmou que Fernando não atirou nada, nem molotovs nem pedra e que não transportava nenhuma mochila, apenas um saco de plástico com algumas garrafas de água. Disse também que em Espanha se uma manifestação se está a tornar violenta a polícia usa megafones para avisar as pessoas para dispersar ou enfrentar as consequências. Isto não acontece na Grécia e por isso eles não sabiam os risco que corriam. Ele deu provas de que Fernando é trabalhador e um cidadão activo em Espanha e que perdeu o seu trabalho para poder estar neste julgamento.

Os quatro polícias seguintes (#16 - 19) foram todos depor contra Simon e disseram todos basicamente o mesmo: podiam identificar claramente Simon devido à protecção laranja que usava no braço, que atirou um molotov, que tinha uma mochila azul às costas e carregava uma preta com o braço esquerdo. Todos eles disseram que não espancaram Simon e não sabem como é que ele se feriu. Todos eles depuseram depois de rever os vídeos e fotos 5 meses depois da detenção inicial. O polícia #18 afirmou que o seu pelotão estava a circular por vários pontos da cidade quando detiveram Simon (segundo os seus próprios testemunhos estava algemado, encharcado em gasolina e com uma mochila cheia de molotovs). Todos eles admitiram que se mantiveram em confrontações nesse período de 2-3 horas. O polícia #19 diz lembrar-se de cheirar gasolina de uma das mochilas de Simon depois de este "ter caído", apesar de estar a usar uma máscara de gás.

Este foi o fim dos depoimentos da acusação.

Depois de um intervalo, foi mostrada uma sequência de vídeo mais completa de Michalis onde se viu que depois da detenção nenhum polícia perto dele estava a carregar a alegada mochila e que nem estava nenhuma perto dele (pois a câmara mostra uma vista panorâmica de 360º). O polícia que deteve Michalis (polícia #15) testemunhou no primeiro julgamento, e neste também que tinha a mochila de consigo até o levar para a equipa de detenção. Nenhuma mochila foi vista e subsequentemente nenhuma prova foi apresentada em contrário.

Aos polícias que testemunharam contra Simon foi mostrado um vídeo onde eles aparecem a colocar mochilas à volta dele. Há um sequência em que se vê ser colocada uma mochila a verter um líquido (gasolina?) perto de Simon. Nenhum polícia admitiu ser o agente nas filmagens, e todos mantiveram o que disseram relativamente ao sítio mais seguro para colocar as mochilas ser à volta de Simon.

Depois disto, chegaram várias caixas contendo um grande número de mochilas. O polícia #6 afirmou que todas as mochilas entregues na esquadra nesse dia foram marcadas com etiquetas que tinha o nome do detido seu proprietário. Nenhuma das mochilas apresentadas tinha qualquer tipo de identificação ou etiqueta.

A última testemunha do dia veio em defesa de Kastro: ela era uma organizadora do Sindicato que conhecia Kastro devido ao seu papel a ajudar trabalhadores imigrantes em Creta. Ela disse ter estado na praça entre as 17:30 e as 18:30 e afirmou não ter havido confrontos nesse período de tempo. A polícia tinha afirmado que viu Kastro a atirar molotovs neste período de tempo. Ela diz ter visto Kastro perto do palco nessa altura. Disse também ter passado no dia seguinte pelo locar exacto onde a polícia diz ter sido atacada com os molotovs de Kastro. Diz não ter encontrado marcas de fogo.