segunda-feira, 7 de março de 2011

[Grécia] Depois de 48 dias em greve de fome, são 78 imigrantes hospitalizad@s

Os cerca de 300 imigrantes em luta pela legalização na Grécia viveram sábado o seu 40º dia de greve da fome. Os médicos que os acompanham decidiram já a hospitalização de 78 devido a vários problemas de saúde considerados graves. O governo grego propôs aos imigrantes um "regime de tolerância" que estes rejeitaram unanimemente por não corresponder à legalização que pretendem.Além de se distinguir pelas violentas medidas de austeridade contra a população, pelo agravamento da repressão, pela cedência permanente perante as imposições de Bruxelas e do FMI, o governo grego de George Papandreu e do PASOK (Partido Socialista) caracteriza-se igualmente pela crueldade perante os imigrantes. Para tal recorreu a medidas que só foram anteriormente assumidas pela ditadura dos coronéis.

Os cerca de 300 imigrantes em greve da fome nas cidades de Atenas e Tessalónica não chegaram há poucos dias à Grécia. Todos vivem e trabalham no país há mais de seis meses e pretendem a legalização da sua situação e liberdade de movimentos. Para isso iniciaram uma greve da fome em 25 de Janeiro, a maioria nas instalações da Faculdade de Direito em Atenas. Para os expulsar das instalações universitárias, o reitor da Universidade de Atenas e o governo recorreram à polícia, violando uma norma básica da vida ateniense em vigor desde o fim da ditadura: a autonomia universitária não é compatível com as intervenções policiais nos espaços universitários.

Desde então, os imigrantes em greve da fome têm estado alojados no edifício Hypatia, na Avenida Patisson.

Os médicos que os assistem decidiram-se, entretanto, pela hospitalização de 78 até ao momento. Estão sob a ameaça de falhas renais e sofrem de desidratação grave, de arritmias cardíacas e de outras manifestações sérias decorrentes da privação de alimentos. A polícia deslocou-se aos hospitais onde se encontram pedindo identificação aos médicos que os assistem e informações sobre os estado de saúde dos internados. Como os clínicos recusassem prestar informações os agentes anotaram os seus nomes.

A polícia de choque tentou entretanto impedir uma conferência de imprensa sobre a situação dos imigrantes que sindicalistas, artistas e activistas anti-racismo promoveram junto ao Parlamento na quarta-feira. Para o efeito chegou a molestar fisicamente os participantes.

Na sexta-feira, os imigrantes decidiram por unanimidade rejeitar uma proposta governamental de concessão de um "regime de tolerância", considerando-a "uma artimanha" que não corresponde à legalização da sua situação, à liberdade de movimentos e direitos laborais.

Os imigrantes em greve da fome decidiram também rejeitar a exigência do Ministério da Saúde de serem todos os hospitalizados sublinhando que continuarão sob os cuidados dos médicos que os têm acompanhado.

Retirado de: Indymedia PT

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