Quarta-Feira, 26 de Janeiro de 2011, Tribunal de Salónica
Com a acusação completa e com as testemunhas de defesa a serem analisadas bastante à pressa, cabia então ao procurador delinear o porquê das leis utilisadas para a acusação.
As acusações eram: causar explosões com a intenção de por em risco a vida humana, posse de materiais ou aparelhos feitos com o objectivo de causar explosões. O ponto aqui é que a posse pode ser provada, nem que os explosivos tenham estado contigo apenas um segundo. Causar explosões estava ligado à posse, ou seja, tens posses com o objectivo de causar, embora tenham permanecido como acusações diferentes. Combinando o acto de posse com o de causar criou a acusação de "motim grave".
Até agora tudo bem, ou mal, depende de como se olha para isto.
O procurador apontou o que aconteceu em Génova em 2001, e que seria de esperar problemas semelhantes na Cimeira da União Europeia em Salónica em Junho de 2003. O "Black Bloc" era esperado, e estaria preparado, armado com uma variedade de armas com a intenção de por em perigo a vida e a propriedade em desafio à autoridade. No evento, lojas, carros e escritórios foram atacados, danificados ou queimados. Oito polícias ficaram feridos.
Para Michalis ele pediu que fosse condenado por causar continuamente explosões - mais grave que causar uma explosão. Ele não queria acreditar que os polícias hoje pudessem estar enganados na identificação ou a mentir: se a polícia quisesse forjar provas teria usado mais que um agente contra Michalis. Concluiu que a decisão do primeiro julgamento estava correcta e que Michalis devia ser condenado por causar várias explosões, posse de explosivos e motim grave.
Para Kastro, disse que ele atirou 10 molotovs, embora sem por vidas em perigo. Sendo assim, pediu que fosse condenado por posse de explosivos e motim grave.
No caso de Fernando, tanto a acusação de posse como uso de explosivos não foi provada devido a dúvidas de identificação e inconsistência do testemunhos dos polícias. Pediu que todas as acusações contra Fernando fossem retiradas.
Em relação a Simon, ele estava satisfeito com a acusação de ter lançado um molotov com a intenção de por vidas em perigo (no primeiro julgamento foi acusado de várias explosões), e que a posse de 7 molotovs foi provada por 9 testemunhas contra ele. O procurador não queria acreditar que 9 polícias pudessem estar a mentir. Concluiu que ele pode eventualmente ter sido espancado, mas as duas acusações que recaiam sobre ele combinadas criavam a terceira de motim grave.
Depois de um intervalo, 5 dos advogados fizeram as alegações finais a favor dos seus clientes e como parte da imagem que unia todos os casos. Mas, quando o relógio se aproximava das 15h Bakkellas, o advogado de Simon, pediu para atrasar as suas alegações finais visto que o tribunal encerra às 15:30 e assim não teria tempo de concluir. Os juízes queriam que ele continuasse que caso fosse preciso passava o tempo, a tensão subiu um pouco. Uma funcionária do tribunal disse que não aceitava isso pois não iria ser paga pelas horas extraordinárias.
Um dos três juízes já tinha um julgamento agendado para o dia seguinte e na Sexta-Feira ia ser mais um dia de greve para o sindicato dos advogados. As alegações finais de Bakkellas ficaram marcadas para dia 31 de Janeiro bem como a leitura da sentença.
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