sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Trocar bandeiras ou brincar com a pilinha. Eis a questão!

Um dos 31 da Armada foi constituído arguído depois de ter ido devolver (lindo menino!) a bandeira fanada à Câmara Municipal, o que pelos vistos é um desenvolvimento deveras relevante e merecedor de muitos comentários. Agora o que não percebo é porque insistem em tratar a brincadeirinha como um acto político e não como a forma que um grupo de betos arranjou para se divertir e chamar a atenção. É que se não se vir aquilo como um acto político tudo o resto torna-se absurdo demais para se acreditar. Dizem uns: uma democracia madura deve-se mostrar magnânima e tolerante, e passam assim um atestado de falta de cultura democrática às instituições por causa duma porcaria de uma brincadeira. Dizem outros que a lei tem mesmo de ser cumprida e até já li comentários a falarem em prisão. Só podem estar a gozar… E ainda há quem tenha chamado àquilo de acção directa. Para quê? Para esvaziarem de sentido a acção directa?

Se os betos não fossem vestidos de Darth Vaders o sentido político era claro. Assim, restauram a monarquia ao mesmo tempo que a associam a um império do mal, ficamos pela graçola que é do que se trata. Quando se pintam uns narizes vermelhos nas carantonhas gigantes dos políticos em campanha, sim, percebe-se que se está a querer insinuar que os palhaços são gente desonesta e todos iguais uns aos outros. Quando aparece o Clown Army sabemos o que estão a subverter. Mas Darth Vaders a hastearem a bandeira monárquica? Podiam hastear a bandeira da Toy’s Are Us que era indiferente. Percebe-se o que é isto: a elite a dialogar entre si, à esquerda e à direita, e o resto a seguir a onda.

mescalero

Retirado de: Agitação

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