quinta-feira, 28 de junho de 2007

Ministro sugere dar remédios fora de prazo «aos pobres»

"O ministro da Saúde, Correia de Campos, aconselhou a entrega «a pobres» de medicamentos fora de prazo, como forma de evitar o desperdício de fármacos.

De acordo com a TSF, Correia de Campos intervinha numa conferência na Ordem dos Economistas quando foi interpelado por um dos participantes, da Associação Nacional de Farmácias, que exibiu um saco com medicamentos fora de prazo, no valor de 1.700 euros. O ministro da Saúde referiu que «toda a gente sabe» que há desperdício de medicamentos, nomeadamente que, por vezes, os utentes compram unidades a mais do que necessitam. «Certamente essa Associação a que pertence tem pobres inscritos. Talvez pudesse facultar esses produtos farmacêuticos para serem utilizados», recomendou o ministro. "

Diário Digital 28.06.2007

terça-feira, 26 de junho de 2007

Pelo alargamento do prazo de discussão pública do novo Regime Jurídico para as Instuições de Ensino Superior (RJIES)

Comunidade Académica Portuguesa

1. A recente proposta do governo de um novo RJIES, constitui uma profunda alteração da concepção do sistema de ensino, quer da sua estrutura e modo de funcionamento, quer da sua natureza e função na sociedade em que vivemos. Pela sua importância, uma tal proposta deverá necessariamente obrigar à participação de todos os que constituem a comunidade académica: funcionários, estudantes, investigadores e professores. Em face do calendário adoptado pelo governo, que implica a discussão e aprovação do presente diploma legal no próximo dia 28 de Junho na AR, tal expectativa será completamente gorada. É inadmissível que o essencial da discussão tenha lugar durante o período de exames que antecede as férias de Verão, comprometendo de um modo decisivo a participação exigente e rigorosa de uma boa parte do corpo docente e da quase totalidade dos estudantes.


2. A gravidade do que está em jogo não se esgota na questão metodológica comportando, para além desta, um fundado receio de que a nova proposta de RJIES possa pôr em causa a autonomia das instituições de Ensino Superior, desvirtuando aspectos fundamentais da natureza plural do seu funcionamento. A colegialidade inerente à governação das universidades é substituída por um Conselho Geral, diminuindo drasticamente a representação e participação de estudantes e acabando na prática com a representação de funcionários não docentes. O CG terá no mínimo 30% de personalidades de reconhecido mérito externas à instituição, de entre as quais se elege o presidente deste órgão de gestão. Caberá ao CG definir as linhas estratégicas de orientação e gestão das universidades, incluindo competências de natureza científica, pedagógica e académica, como seja a abertura dum concurso público para nomeação do Reitor, que substitui o actual sufrágio pelos três corpos que compõem a universidade.


3. A possibilidade de transformação de Instituições de Ensino Superior Público em Fundações Públicas de direito privado, administradas por um Conselho de Curadores externos à instituição e nomeados pelo governo, remete fortemente para um quadro de governamentalização e empresarialização das universidades. Qual a verdadeira margem de manobra, em instituições de direito privado, para prosseguir linhas estratégicas de orientação em função de critérios que não sejam eminentemente economicistas? Que espaço para áreas não tecnológicas como as ligadas às ciências puras ou às ciências sociais? O Ensino Superior não pode ser tutelado pelos princípios de funcionamento do mercado. Pelo contrário, deve um serviço público fundamental para o desenvolvimento do país, integrado na administração autónoma do Estado, e regido pelo Direito Público


4. Por estas razões, os signatários apelam à Assembleia da República pelo alargamento do prazo de consulta e discussão da posposta do governo do novo RJIES, até início do ano 2008.

ASSINA A PETIÇÃO

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Ciclo de cinema sobre o Iraque

O TRIBUNAL-IRAQUE COM VÁRIAS COLABORAÇÕES INDIVIDUAIS E O APOIO DA ASSOCIAÇÃO ABRIL
APRESENTA

CICLO DE CINEMA SOBRE O IRAQUE
Sede da Associação Abril
Rua de S. Pedro de Alcântara, 63-1.º D
Lisboa
As sessões decorrem às sextas-feiras, de 15 de Junho a 6 de Julho, das 18,45 às 21 horas.
No final da projecção, terá lugar uma conversa sobre os filmes exibidos.

Sessões
6.ª FEIRA, 15 DE JUNHO
FALUJA, O MASSACRE OCULTO
Realizado pela cadeia de televisão italiana RAINews.
Mostrando provas do massacre e do uso pelas tropas dos EUA de armas proibidas, o documentário suscitou, quando foi emitido, desmentidos indignados das autoridades norte-americanas e britânicas. Mas diante dos argumentos avançados e de mais provas entretanto surgidas, não tiveram outro remédio senão remeter-se ao silêncio.
Duração: 22 minutos
Legendado em português
Este filme contém cenas violentas
TESTEMUNHOS DE FALUJA
Habitantes de Faluja dão conta do massacre cometido pelas tropas dos EUA.
Duração: 28 minutos
Legendado em castelhano

6ª FEIRA, 22 DE JUNHO
QUATRO HORAS EM CHATILA
Realizado por Carlos Lapeña, que parte de um texto de Jean Genet para narrar o massacre nos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila.
Duração: 23 minutos
Falado em castelhano
IRAQUE, HISTÓRIA DE MULHERES
Documentário de Zeena Amhed e Amal Fadhed.
Testemunho de mulheres de al-Qaim, uma das zonas mais castigadas pela ocupação estadunidense, e de mulheres de Baçorá, onde enfrentam as imposições das mílicias colaboracionistas.
Duração: 48 minutos
Falado em castelhano

6ª. FEIRA, 29 DE JUNHO
JOSÉ COUSO, CRIME DE GUERRA
Realizado por Alberto Arévalo Ferrera, da Tele 5.
Documentário em homenagem a José Couso, repórter de imagem da TV espanhola, assassinado em 8 de Abril de 2004, em Bagdad, por forças militares dos EUA.
Duração: 55 minutos
Falado em castelhano
MORTOS DE SEGUNDA
Realizado por Gran Wyoming.
Depoimentos da mãe e irmãos de José Couso, exigindo investigação e justiça.
Duração: 4 minutos.
Falado em castelhano


6ª FEIRA, 6 DE JULHO
OBJECTIVO IRAQUE
Realizado em 2006 por Rashid Radwan, este documentário traz-nos o testemunho de homens e mulheres que passaram pela cadeia de Abu Ghraib, de um grupo de adolescentes iraquianos, estudantes da escola de Al Amal, em Bagdad, ou de clientes de banhos públicos da capital iraquiana. Através dele tomamos conhecimento do outro lado da chamada guerra ao terrorismo e também de homens e mulheres membros de grupos armados que contam as suas experiências, revelam porque pagaram em armas e porque recusam o estatuto de terroristas.
Duração: 54 minutos
Legendado em castelhano

domingo, 24 de junho de 2007

Um minuto de Silêncio!!!!

Este texto foi feito em Setembro de 2001 penso eu, logo depois dos atentados nos E.U.A.
Da para pensar um bocado...

Um minuto de Silêncio!!!!
Se ainda estás abalado(a) pelas cenas horríveis do 11 de Setembro, por favor observa 2 minutos de silêncio pelas 5,000 vidas civis perdidas nos ataques a New York, Washington DC e Pennsylvania.
Entretanto vamos ter 13 minutos de silêncio pelos 130,000 civis iraquianos mortos em 1991 por ordem do Presidente Bush sr. Toma mais um momento para te lembrares como os americanos celebraram e comemoraram esse facto nas ruas.
Agora mais 20 minutos de silêncio pelos 200,000 iranianos mortos por soldados iraquianos que usaram armas e dinheiro fornecidos ao jovem Saddam Hussein pelo governo americano mesmo antes de a “grande águia” virar todo o seu poder contra o Iraque.
Mais 15 minutos de silêncio pelos russos e pelos 150,000 afegãos mortos pelas tropas Talibaan que eram apoiadas e treinadas pela CIA.
Mais 10 minutos de silêncio pelos 100,000 japoneses mortos em Hiroshima e Nagasaki pelas bombas atómicas largadas pelos E.U.A.

Estivemos em silêncio durante uma hora: 2 minutos pelos americanos mortos em NY, DC e Pennsylvania, e 58 minutos pelas suas vítimas no resto do mundo…

Mas se ainda estás em choque, vamos ter outra hora de silêncio por todos os que foram mortos no Vietname que é algo que os americanos não gostam de admitir. Ou então pelo massacres no Panamá em 1989, quando tropas americanas atacaram aldeias pobres deixando 20,000 panamianos sem casa e milhares mortos.
Ou então pelos milhões de crianças que morreram por causa do embargo dos E.U.A. ao Iraque e a Cuba.
Ou então pelas centenas de milhares de pessoas brutalmente assassinadas pelo mundo fora pelas guerras civis e golpes de estado fomentados pelos E.U.A. (Chile, Argentina, Uruguay, Bolívia, Guatemala, El Salvador, só para dar alguns exemplos)
Agora falemos de terrorismo certo?

sexta-feira, 22 de junho de 2007

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Ambiente fica de fora...

O actual governo PS, reunido em conselho de ministros, aprovou novas regras de procedimento em relação aos investimentos das empresas, criando a figura do “Pin Mais”. A actual legislação prevê a possibilidade de um investimento superior aos 25 milhões de euros, compatível com critérios jurídicos de sustentatibilidade ambiental e territorial e encarado como economicamente benéfico, adquirir o estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN).

De acordo com informações veiculadas pelo Diário de Notícias, o diploma aprovado (“Pin Mais”) permitirá a aceleração dos processos de aprovação e decisão de todos os projectos que cumpram três requisitos fundamentais: representar um encargo financeiro igual ou superior aos 50 milhões de euros, ser considerado inovador e, finalmente, gerar impactos positivos na economia portuguesa. Como podemos verificar, o critério da sustentabilidade ambiental foi ignorado, permitindo assim que um programa de investimento classificado como “Pin Mais” possa ser aprovado, independentemente do seu impacto no meio natural.

Tal medida constitui a perpetuação de uma política terceiro-mundista, que se rende a uma lógica de chantagem imposta pelas empresas. Nas próprias palavras do primeiro-ministro José Sócrates "Na verdade, entre os projectos PIN há alguns de tão manifesta importância estratégica e que pela sua natureza inovadora e tecnológica ou pela sua relevância económica merecem não apenas um acompanhamento individualizado mas também um verdadeiro procedimento especial que assegure o cumprimento da lei e uma resposta rápida por parte do Estado". Perante o insucesso (comprovado) de uma economia assente numa formação de mão-de-obra barata e pouco qualificada, o governo demonstra vontade em prosseguir com o rumo traçado, estando disposto a sacrificar tudo e todos, em nome da captação de investimento. Não importa se é limpo ou sujo ou se coloca ou não em causa a saúde, o bem-estar e o património das pessoas. O que é determinante é criar as condições propícias à actividade empresarial…doa a quem doer.

Retirado de: Centro de Média Independente

quarta-feira, 13 de junho de 2007

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Mas afinal de contas quem são os miudos vestidos de negro nas manifs?

O que é o Black Bloc?

O Black Bloc não é um grupo ou organização para a qual se possa entrar, mas sim uma táctica utilizada durante as manifestações que surgiu na Alemanha na década de 80. O termo surgiu como um modo de a polícia descrever o grupo de jovens contra o qual lutava.

Existem várias razões para fazer um Black Bloc, entre elas:

- Solidariedade: Um grande número de activistas zela pela segurança dos outros manifestantes contra as investidas das forças policiais;

- Visibilidade: O Black Bloc consegue um grande impacto visual e assim visibilidade para o movimento;

- Ajuda mútua e associação livre: é um grande exemplo de como grupos de ideais semelhantes se podem juntar num só grupo muito mais forte…

A táctica utilizada por cada Black Bloc depende do que é decidido em cada manifestação. Regra geral, os ataques às forças policiais ocorrem como resposta a ataques desferidos contra os manifestantes.

Não é absolutamente necessário estar vestido de preto e usar a cara tapada para fazer parte de um Black Bloc. A roupa negra e as máscaras são para conseguir o anonimato pois é hábito da polícia filmar e fotografar os manifestantes para os seus arquivos.

No ano de 2001 em Génova (Itália) houve um Black Bloc “organizado” pela polícia do qual faziam parte agentes infiltrados que vandalizaram e destruíram várias lojas numa tentativa de denegrir e criar uma divisão no movimento. Objectivo que não foi conseguido.

Em Rostock o papel do Black Bloc foi importantíssimo, fica aqui um relato dos confrontos do dia 2 de Junho em Rostock:

"(...)Fomos avançando no "cortejo" até passarmos a caminhar lado a lado com um (ou mais, difícil dizer) grupo bastante grande - um dos grupos dos tais miúdos vestidos de negro, a que a comunicação social chama "black bloc". A verdade é que um bloc nao é um grupo, mas sim uma táctica utilizada por diversos grupos, o que torna a definição um tanto ou quanto ridícula. De qualquer forma, e para efeitos de situar quem lê, chamaremos a estes grupos mais ou menos organizados de "black bloc". É importante a nossa observação dos eventos tal como eles se desenrolaram, nem que seja para mostrar as mentiras da TV e jornais. Se estamos neste momento a escrever este artigo, isso talvez se deva à existência desses "terríveis black blocs".

Durante toda a marcha, elementos vestidos de negro, com a cara tapada, caminhavam ao lado da marcha, para trás e para diante. Fizeram-no para nossa segurança, para vigiar possíveis ataques da polícia (à paisana ou não).

Nota: o nosso sentimento de insegurança desde que aqui chegámos e inenarrável, mas esse sentimento jamais teve algo a ver com a presença desses miúdos ou de qualquer outro grupo. Foi a polícia em armadura de combate, um pouco por toda a cidade e com os olhos a irradiar ódio, que realmente nos assustou de início. Agora sabemos que o poder deles reside no medo que conseguem incutir em nós - em parte, esta guerra está ganha.


A dada altura do protesto, tivemos que passar debaixo de um viaduto. A polícia tinha alguns elementos na estrada que passa em cima do viaduto e estava a filmar a manifestação. Até então, a grande maioria das pessoas estava de cara descoberta (sim, mesmo a maior parte dos miúdos do bloc... os únicos que estavam uniformemente de cara tapada eram os exércitos de clowns que desfilavam connosco). A partir desse momento passou a ser visão comum as pessoas de cara tapada com lenços, cachecóis, t-shirts, ... Também nós o fizemos - proibição ou não, não autorizamos que nos filmem.

Nota: é de extrema importância referir que quem liderava o cortejo não eram esses grupos de miúdos vestidos de negro, mas sim um sindicato ou um partido (não conseguimos perceber, e na altura não nos pareceu importante - lição aprendida) cuja cor principal nas bandeiras e t-shirts era o amarelo. A acompanhar esse(s) grande(s) grupo(s) estava um camião que ia passando música, mensagens diversas e mandava fumo e bolhas de sabão para continuar a festa. O bloc estava imediatamente atrás mas a umas boas dezenas de metros da frente deste cortejo.

(...)Esse grupo fronteiro continuou a avançar e a polícia carregou em força e à bastonada. A imagem dessa carga policial é visível na capa do jornal alemao Der Tagesspiegel, do dia 3 de Junho de 2007. Aconselhemos a que todos dêem uma vista de olhos a essa imagem do início dos confrontos - tentaremos fazer um scan da mesma o mais brevemente possível. Damos 5 ? a quem identificar o terrível black bloc no meio dos confrontos - quem for capaz de ignorar os homens, mulheres e jovens a ser atacados, apenas se defendendo com as suas bandeiras e faixas.

O black bloc não poderia estar com essas pessoas pois estava connosco e em peso, entre 30 e 50 metros de distância do foco do conflito.

A carga policial começou por volta das 15h00 (talvez uns minutos antes) e só nos apercebemos de que de facto havia um ataque da polícia quando as pessoas dentro do camião gritaram aos microfones em alemão, inglês e espanhol que estávamos a ser atacados. Quando chegou a tradução em espanhol já a polícia estava quase em cima de nós.

O bloc (pronto, chamemos-lhe assim) imediatamente formou uma série de correntes, fazendo as pessoas dar os braços entre si - uma barreira para impedir a polícia de avançar, e mesmo os manifestantes que pudessem entrar em pânico (um pânico generalizado poderá ser infinitamente pior que uma carga policial). Eles assumiram a defesa de todos os manifestantes e ficaram entre a polícia e o resto do protesto. Antes dos grupos mais à frente conseguirem retirar vimos uma série de objectos a voar, para além das bandeiras atrás referidas, mas não conseguimos perceber muito bem quais. É de referir que não houve nenhum ataque de pedras até esse momento - ninguém estava a espera do ataque da polícia, ninguém se tinha preparado para uma guerra, o nosso protesto era pacífico. Só a polícia estava preparada, só ela queria o confronto.(...)"

Censura em PT! (Email para reenviar a amigos e inimigos)

SUBJECT: Censura em Portugal/Censorship in Portugal


Olá, amigos/as.

Não vos peço que enviem este email a 30.000 pessoas, mas antes a 1 ou 2. Se o fizerem, este texto valerá a pena.
É essencial que todos percebam o que se passou nesta última conferência dos G8, e a forma que a Comunicação Social arranjou para não passar a verdade

Eu e milhares de outras pessoas estivemos lá, e a censura tenta por todos os meios apagar a nossa presença das páginas da História.
Não conseguirão.

Este texto é bilingue.

Nota: Comunicação Social = Corporate Media (Os Média subsidiados e pagos pelas grandes corporações // Media that is paid and subsidized by the big corporations)

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Hi, friends.

I don't ask you to send this mail to 30.000 , but to 1 or 2. If you do it, this text will be worthwile.
It is essencial that all can understan what has happened in this last G8 conference, and the way that the Corporate Media has found to not show the truth.

Me and thousands of other people were there, and the censorship is trying by every means to delete our presence from the History books.
They will not do it.

This is a bilingual text.

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Primeiro que tudo, examinemos a nossa presunção de ter realizado algo que mereça estar nos futuros livros de história:

- Nós bloqueámos por terra e de forma efectiva os G8.
- Nós enfrentámos uma força policial e repressiva que se mostrou sempre brutal e que usou de toda a repressão e mentira para nos parar. Falamos de mais de 16.000 polícias, da maior operação policial de sempre na Alemanha para impedir que milhares de pessoas demonstrassem o seu desagrado para com uma organização que é apenas o rosto da política criminosa que hoje domina o mundo.
- Juntámos centenas de organizações e de opiniões diferentes e mais uma vez (este é um movimento que continua a crescer) juntámo-nos todos contra um inimigo comum.
- Nós fomos pacíficos até aos limites da nossa resistência. Pelo contrário, a TV passou uma imagem de manifestantes violentos que pouco ou nada teve a ver com a realidade.

Cacetetes, que vinham juntos com as armaduras policiais, murros, ofensas verbais, gás lacrimogéneo, gás pimenta, cargas a cavalo, cães polícia, helicópteros que nos sobrevoaram 24 por 24 horas (ruído incessante), ameaças veladas, prisões não autorizadas, abusos de poder e todo o tipo de inconstitucionalidades. Tudo isto para além da censura e desinformação da comunicação social, que nos apelidaram de terroristas, jovens agressores, black bloc, jovens de negro, etc etc etc.

Todas as comitivas tiveram que ir de Helicópteros militares de transporte e algumas de lancha. Ao fim do segundo dia de bloqueios, comitivas dos G8 ainda voltavam para trás, para o aeroporto e hotel, impossibilitadas de chegar àquela área-prisão que se tornou Heiligendamm.

Os nossos bloqueios foram pacíficos. Sempre que éramos violentamente expulsos pela polícia, voltávamos à estrada e fizémo-lo vezes sem conta até a polícia começar a desistir, a deixar-nos em paz. Instalámo-nos nas entradas daquela prisão e lá ficámos. Gritámos "Block G8!", "This is What Democracy Looks Like!", "A, Anti-Capitalista!" entre outros.
Ao fim de dois dias, a polícia vestida em armaduras tiradas da idade média, já não conseguia correr atrás de nós. Os homens dentro dessas armaduras suavam e desejavam voltar para casa. Estavam cansados de bater, de empurrar, de estar de pé sob o sol escaldante desses 2 dias - Nós não.

Que notícias ouviram em Portugal? Que notícias o mundo para além da Alemanha terá ouvido? Alguém sabe o que se passou, para além das 100 ou 200 pessoas que tiveram a coragem de pegar em pedras para evitar que os 80.000 fossem esmagados por uma carga policial, que não escolhia alvos?

Já repararam que na nossa comunicação social, poucas notícias passaram acerca da própria cimeira?
Futebol, criancinha raptada, mais futebol, noticiários de 1h15, jornais "independentes" - uma fachada de censura e desinformação.

Agora nós estamos preparados.
Agora estamos por todo o lado.

Aqui fica uma lista de sites com vídeos, textos e fotos do que realmente aconteceu.

de.indymedia.org
de.indymedia.org/ticker/en
pt.indymedia.org



Estamos a ganhar.

Activistas do Indymedia Português

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First of all, let's examine our presumption of having done something that deserves to be in future history books:

- We have effectivelly blocked the G8 on the ground.
- We have faced a police and repressive force, that has allways shown itself to be brutal, and that used all it's repression to stop us. We are talking about more than 16.000 cops, the biggest police operation ever in Germany to stop thousands of people to show their unhappiness against an organization that is now merely the face of the criminal politics that rule the world.
- We have brought together hundreds of diferent organizations and opinions, and once again (this movement continues to grow) sticked together against a common enemy.
- We were peacefull until the limits of our resistance. On the contrary, the TV passed on an image of violent protesters that had little or nothing to do with reality.

Batons, that came together with police armours, punches, verbal ofenses, tear gas, pepper spray, horse charges, police dogs, helicopters that flew over us 24 per 24 hours (non-stop noise), cloaked threats, non-authorised arrests, abuses of power and all kind of inconstitutionalities. All this adding to the censorship and desinformation from the Corporate Media, that called us terrorists, young agressors, Black Bloc, yongsters in black, etc etc etc.

All the comitees and convoys had to go in military helicopters, and some went in small boats. At the end of the second day of blockades, G8 comitees were still going back to their hotels and to the airport, not being able to reach by land the prision-area that Heiligendamm had become.

Our blockades were peacefull. Everytime we were violently expelled by the police, we returned to the road and did it again and again until the police started to give up, to tire out and leave us alone. We settled in the entrances to that prision and stayed there. We shouted "Block G8!", "This is What Democracy Looks Like!", "A, Anti-Capitalista!" amongst other things.
After 2 days, the police dressed in middle-age armours, could run after us no more. The men inside those armours were sweating and wanted to go home. They were tired of beating, shoving, standing under the burning sun of those 2 days - We weren't.

What news of this did you hear in Portugal? What news did anyone heard in any other country besides Germany? Does the people know what happened besides the 200 or 300 kids that had the guts to pick up stones and defend the 80.000 on saturday from being smashed by the police charge?

Have you noticed that the portuguese Media shows little news from the conference?
Football, kidnapped little child, more football, 1h15-long news reports, "independent" newspapers - a façade of censorship and desinformation.

Now we are ready.
Now we are everywhere.

Here is a list of sites with videos, texts and pictures of what really happened.

We are winning.

Portuguese Indymedia Activists

sábado, 9 de junho de 2007

ZSK - We Will Stop You

Porque odiamos o G8?

O G8 é o grupo dos países «mais poderosos» do mundo. Provém do G7, formado pelos sete países mais industrializados do bloco ocidental (Alemanha, França, Itália, Grã Bretanha, EUA, Canadá e Japão) em 76. A Rússia foi convidada pela primeira vez em 1991. Desde 1997 este convite tornou-se estável, começando-se a falar de «G8». Na cimeira do Canadá de 2002 a Rússia integra-se plenamente. Além destes participantes, integram as discussões o presidente da Comissão Europeia e o Presidente de turno da UE.


Embora o «G8» se apresente como simples foro de discussão, podemos ver claramente que tem capacidade de tomar decisões e de as impor a nível mundial. Ano após ano, vemos serem impulsionados importantes aspectos da política neo-liberal (liberalização comercial e financeira, privatizações, flexibilização do mercado laboral...) acompanhados de uns quantos «rebuçados» e palavras bonitas sobre a luta contra a pobreza, a fome, ou doenças incuráveis. Mas apenas as directivas de política neo-liberal são cumpridas.

Dos 110 mil milhões de dólares da perdão da dívida externa prometidos em 1999, em Junho de 2003 tinham sido efectivados menos de um terço. Dos 13 mil milhões de dólares anuais prometidos em 2001 ao Fundo Global de Saúde para luta contra a sida ou a malária, só se efectivaram 350 milhões por ano. Apesar das promessas (desde 1981) de destinar 0,7% do PIB à Ajuda Oficial ao Desenvolvimento, nenhum dos países do G8 chega sequer aos 0,33%.

Mas noutras questões são muito mais efectivos, pois têm mesmo a capacidade de impor as suas decisões. Dos 5 países com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, 4 formam parte do G8. No FMI e no Banco Mundial, funciona um sistema de votos por quotas ou seja, o número de votos de cada país varia em função do montante de quotas (dinheiro) que fornece ao fundo comum, de forma que os países mais ricos podem acumular mais votos. Os países membros do G8 concentram 44% dos votos, nestas instituições. Nas negociações no âmbito da OMC também se observa que os países do G8 costumam formar um bloco, constituído por EUA, Canadá, UE e Japão. Na prática, a posição da UE é determinada sem a participação real dos 21 países europeus que não têm representação directa no G8.

Apesar da relevância das decisões, os debates são mantidos secretos. Não existe qualquer transcrição dos mesmos e os documentos preparatórios, mesmo sendo elaborados por funcionários dos países membros, também são geralmente mantidos secretos. Os únicos documentos totalmente públicos são as declarações finais.

Se dizemos que o G8 tem muitos aspectos de governo mundial na sombra, não estamos portanto a falar sem fundamento. Não apenas não existe nenhuma transparência, como reflectem as decisões dos chefes de Estado e de Governo e interesses particulares dos respectivos países. Ao todo, isso corresponde a 10% da população mundial, que detém 60% da riqueza mundial.

Este ano, provavelmente iremos ver lindas declarações sobre o Aquecimento Global e compromissos de redução de emissões de Gases de Efeito de Estufa. Não se pode esquecer porém, que estes países, desde há um século, pelo menos, são responsáveis pela grande maiora da poluíção atmosférica e outra, que assola o planeta. Não podemos esquecer que têm uma dívida bem pesada para com as populações dos países mais pobres: eles foram expoliados na era colonial e pós-colonial. No passado recente e na actualidade, suas frágeis infra-estruturas de saúde, educação, etc, foram destruídas pelo «diktat» de uma política de privatização forçada e abertura dos seus mercados, o que manteve e aprofundou a pobreza nesses mesmos países, cujas intervenções do FMI e BM pretendiam «salvar».

Não podemos deixar de manifestar, por todos os meios ao nosso alcance, o nosso repúdio, dizendo alto e bom som que estes dirigentes não têm mandato nenhum dos povos que dizem representar, mas apenas dos interesses corporativos, dos grandes conglomerados transnacionais, que mantêm o controlo da economia mundial e promovem um «desenvolvimento» não sustentável, apenas para beneficiar alguns privilegiados dentro dos países mais ricos (a classe trabalhadora destes países também sofre as investidas do neo-liberalismo e também teria tudo a ganhar com a mudança da orientação mundial).

Retirado de: Luta Social