quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Crise Económica - Debate Para a Mudança



A Crise Económica - Debate Para a Mudança

Dia 6 Dezembro pelas 15 Horas na Biblioteca Museu República e Resistência


Alternativa Libertária

Tertúlia Liberdade


QUEM PAGA A CRISE DO CAPITALISMO?

De há tempos para cá os meios de informação de massas perseguem-nos com as mais assustadoras notícias sobre a crise. Pretendem converter-nos ao seu dogma, tudo não passa de problemas financeiros que um punhado de terríveis especuladores, cuidadosamente mantidos no anonimato, provocaram, aproveitando-se da ausência de regulamentação. Os teólogos do capital prometem-nos sacrifícios para assegurar a salvação do sistema. Um sistema que se baseia no trabalho assalariado, em que a grande maioria para poder viver, é obrigada a vender a sua força de trabalho aos capitalistas, os possuidores das fábricas, das empresas e de todos os meios de produção, em troca de um salário. E para mantermos o valor desse salário tem os de promover uma luta constante. Em Portugal, por exemplo, há 30 anos que, da riqueza distribuída, cabiam 50% aos capitalistas e os restantes 50% aos trabalhadores, mas hoje essa proporção é de 60% para os capitalistas e 40% para os trabalhadores.

Essa gente quando obtém lucros enormes e destroem as nossas vidas e a natureza tratam de os consumir ou aferrolhar, e não nos dão cavaco, encobertos pela opacidade dos negócios com que se protegem.

Hoje, como sempre, querem obrigar-nos a produzir o que bem entendem, a trabalhar como lhes convém e a obedecer às suas ordens e dos seus capatazes. Nós somos simples peças descartáveis de uma engrenagem que não dominamos. Agora mesmo a União Europeia quer obrigar-nos a trabalhar 60 a 65 horas semanais.

Esta especulação financeira de que todos falam é prática corrente por todo o lado e correspondeu a uma necessidade do capital porque é aí que obtém os lucros chorudos que já não consegue na produção. Por isso mesmo todos os governos trataram de acabar com as regulamentações e restrições existentes, para facilitar a obtenção de lucros por todo o mundo e em todas as actividades, principalmente no sector financeiro, que representa 90% das transacções internacionais. São essas negociatas e especulação que têm permitido manter o sistema do lucro. Tudo isso aliado a um crédito sem medida, que mergulhou as pessoas, os estados e as empresas num infindável mar de dívidas. Em Portugal a dívida do estado já ultrapassa o PIB de 1 ano e seremos nós e as gerações futuras que teremos de a pagar.

É toda esta gente do poder que deu origem à presente crise que agora nos querem obrigar a pagar. Por todo o lado os governos distribuem "injecções" de biliões pelos mesmos bancos que põem as pessoas fora de casa. Por cá, só com a estatização do BPN, falido devido às falcatruas dos responsáveis, ex-políticos de sucesso, o estado vai gastar muito mais de 1 MM de Euros e a "injecção" com as garantias aos bancos custa 20MM de Euros. Essas "injecções" são fruto do nosso trabalho e dos nossos descontos e, enquanto isso, as reformas mais baixas aumentarão no próximo ano 6 Euros mensais e o subsídios de refeição dos funcionários públicos serão aumentados em 4 cêntimos. Porque não têm dinheiro, dizem eles. Também por cá a especulação atingiu os dinheiros, do estado, acumulados com os nossos descontos e as dívidas estatais. O Ministro da Segurança Social confessou que perdeu na especulação bolsista 255 MM Euros do Fundo da Segurança Social. Quem nos garante o dinheiro que descontamos durante anos?

Os mentirosos da caneta, asseguram-nos que não resta outra saída àqueles que ainda têm trabalho, senão trabalharmos mais, porque esta é a única forma de organização social e o dinheiro não abunda. É falso! Poderemos perfeitamente admitir outra existência em que não seja a sede de lucro a comandar a vida mas sim a satisfação das necessidades e o regime do salário seja substituído pela cooperação e auto-organização. E dinheiro é o que não falta, está é em poucas mãos, porque a desregulamentação e a mundialização económica levaram a uma concentração gigantesca, com o dinheiro e o poder nas mãos de uns poucos. Esta crise teve origem numa especulação desenfreada em que se prometeram créditos de toda a ordem, na fúria de vender o máximo e que tornaram muitas pessoas insolventes, enquanto a grande maioria da população mundial passa ao lado desse consumo massivo. As inauditas capacidades produtivas existentes não encontram gentes com poder aquisitivo para a adquirir e especula-se e destrói-se alimentos, medicamentos, casas e outros bens essenciais, enquanto biliões de pessoas os necessitam mas nãos os podem adquirir.

As gigantescas quantias que os senhores do capital e os seus aliados acumulam necessitam de ser escamoteadas. Para isso existem empresas especializadas em lavagem de dinheiro, como a Clearstream, com sede no Luxemburgo. Ali procede-se a 250.000 operações diárias e anualmente movimenta-se o equivalente a 4 vezes o PIB mundial. São dinheiro das multinacionais, da droga, da prostituição, das seitas, do terrorismo de estado e de outros e dos lucros das guerras.

É tempo de alertar toda a gente. Os capitalistas, os políticos profissionais e os seus propagandistas, mentem descaradamente e apenas pretendem defender os seus interesses com a simulação que os caracteriza. Nunca se viu um capitalista falido na miséria, nem um político desempregado a caminho do centro de emprego.

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