sexta-feira, 3 de outubro de 2008

12 de outubro TOD@S ao Martim Moniz

MANIF 12 OUTUBRO


Todos os dias somos estigmatizad@s e criminalizad@s pelos média e responsáveis políticos e perseguid@s pelas suas forças policiais. Sucessivas operações policiais espalham um clima de terror e uma sensação de cerco aos bairros construídos no meio do nada onde nos têm re(en)jaulad@s e não realojad@s . Somos acusad@s de ser a causa do crime, dos salários baixos e da gastos públicos em subsídios quando somos apenas 5% da população do país mas 10% da população activa, produzimos 7% do PIB somos 7% das pessoas inscritas na Segurança Social com descontos em dia. Somos ainda quem recebe os pedidos de almoço num restaurante qualquer, quem limpa os escritórios e centros comerciais depois e antes de por lá passarem, quem assenta os tijolos dos seus condomínios fechados. Como muitos portugueses também somos hustlers. Mas somos mais médicos, advogados, artistas e desportistas que trazem medalhas de ouro para elimentar o ego dos mesmos portugueses que nos querem mandar "para a rua". Também somos as principais vítimas da brutalidade policial resultando em várias agressões e homicídios, sem que ninguém seja responsabilizado. Também somos passíveis de levar o dobro da pena que um Português pelo mesmo crime.


África tem sido explorada desde há 500 anos para cá, privada dos recursos naturais e humanos que enriqueceram a Europa e América, mas diariamente milhares de irm@s morrem às portas da Europa a tentar entrar ou são detidos, torturados e expulsos, deixados no deserto a morrer à fome e à sede.


Tornou-se inadiável resistir a esta opressão racista e xenófoba de que temos sido alvo. Tornou-se irresponsável ficar em casa a assistir à nossa execução pública. Tornou-se urgente usar a nossa voz em vez de ficar à espera que alguém fale por nós.


Todo o conformismo e submissão a esta situação é uma atitude radical pois implica aceitar um julgamento colectivo de comunidades que mais uma vez servem de bode expiatório a falência deste sistema económico e social.



NENHUM SER HUMANO É ILEGAL

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