“Haverá sangue”. As palavras de Lomberdos, ministro do trabalho grego, não poderiam ser mais directas e objectivas. Perante o aumento do défice público, o estado grego não vai abdicar de tomar todas as medidas económicas e sociais necessárias à resolução da crise económica e financeira. O que implica aceitar os ditames de bancos centrais, consultoras financeiras e grandes investidores, acelerar as reformas na segurança social, na saúde, na educação, no trabalho, e assim continuar com o mesmo tipo de políticas que colocaram o país no estado em que se encontra. Perante contestação nas ruas, “haverá sangue”.
As declarações do ministro constituem a resposta quer a uma série de iniciativas por parte de partidos de esquerda – que se basearam na metodologia utilizada por grupos anarquistas e autónomos –, quer à greve geral de 17 de Dezembro último. Desde que tomou posse, o governo PASOK tem enveredado por várias tentativas de criminalização e repressão dos protestos sociais. Este processo atingiu um ponto quase culminar no aniversário da morte de Alexandros Grigoropolous, altura em que várias manifestações foram proibidas e reprimidas, sítios de internet sofreram ataques informáticos e as forças policiais se coligaram com militantes neo-nazis.
Tanto as confissões de Lomberdos, como a própria política de segurança desenvolvida pelas autoridades gregas parecem confirmar a máxima evocada pelo jornalista e militante neoliberal Thomas Friedman: “a mão invisível do mercado nunca funcionará sem um punho invisível”.
Ligações: Indymedia Atenas / After the Greek Riots / El Diciembre Griego – un año después
Retirado de; Indymedia Portugal
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