Ninguém viu, tirando o agente Diogo G., que disparou e alega legítima defesa. Diz que o rapaz estava armado e que já ia a fugir, a cerca de dois metros de distância, quando lhe apontou uma pistola. Só que o relatório pericial à roupa do morto compromete o agente da PSP.
A quantidade de vestígios de pólvora no gorro do casaco da vítima, apurou o CM, dá à Judiciária a certeza de que 'Kuku' foi abatido com um tiro a cerca de dez centímetros da cabeça. À queima-roupa.
A PJ fez logo naquela noite de domingo uma reconstituição do incidente e o agente Diogo G. deu a sua primeira versão: teve um confronto físico com o rapaz de 14 anos, dentro de uma vala, e, quando o suspeito ia a fugir, viu-lhe uma pistola na mão. Mas esta versão foi depois corrigida.
Segundo o polícia, 'Kuku' ia a subir a vala quando se virou para trás e lhe apontou a arma, forçando-o a abater o suspeito. E tudo sempre a uma distância não inferior a dois metros.
Pelos vestígios no casaco, o disparo é feito à queima-roupa: a pólvora no tecido resulta do cone de fogo que sai do cano da arma e que se aloja na roupa, a dez ou quinze centímetros no máximo.
Segundo adianta o CM, o polícia fez ontem a segunda reconstituição do incidente e, com um esticar de braço, já encurta a distância para meio metro. Este caso tem, então, o futuro nas mãos do Ministério Público.
in Correio da Manhã
Nenhum comentário:
Postar um comentário