Nestes tempos de constante repressão, de liberdade e igualdade fictícia, em que as condições de vida se degradam e cada vez o desemprego e pobreza alastram a mais sectores da sociedade, ouvimos as mentiras dos nossos “representantes” em total passividade, sendo que a única certeza que temos é a da precariedade laboral, do aumento das horas de trabalho e do aumento do custo de vida, da perda de direitos e do aumento dos deveres cívicos. Sabemos também que enquanto assistirmos a todas estas desigualdades e injustiças pacificamente e sem nada fazer, não seremos mais do que escravos sociais, autênticas marionetas de um destino aleatório que não está ao nosso controlo, porque não nos esforçamos para que esteja.
Como grupo anarquista organizamo-nos numa estrutura horizontal, rejeitando qualquer princípio hierárquico ou vicioso. Somos um grupo aberto, aceitando todas as pessoas interessadas em trabalhar connosco desde que respeitem os nossos princípios funcionais e organizacionais.
Como anarquistas rejeitamos qualquer vanguarda iluminada que guie o povo e para qualquer rumo pré-definido que certamente, e como sempre acontece, favorece os poderosos em detrimento dos oprimidos. Assim sendo, não acreditamos em nenhum partido político, seja este de esquerda ou de direita, sendo que nenhum defende os verdadeiros interesses do povo, continuamente explorado e o manipulado, controlado a cada vez mais níveis, do alto do seu pedestal onde se encontram os políticos e os mais diversos interesses que à sua volta gravitam.
Rejeitamos toda a autoridade, seja esta de partidos políticos, instituições religiosas, forças policiais, etc. Rejeitamos também o capital como elemento que favorece a discriminação social e instiga tantas injustiças. Somos deste modo anti-autoritários, anti-estatais e anti-capitalistas.
Quando falamos de anarquismo, não falamos de um estado utópico em que tudo é perfeito, não falamos em caos ou desordem. Falamos sim em solidariedade e união, falamos na reivindicação activa dos nossos direitos, falamos na rejeição da autoridade ao serviço do poder, que nos torna em nada mais do que escravos do lucro, falamos em igualdade de direitos e deveres. Por anarquismo podemos depreender a não compactuação com injustiças, desigualdades sociais e discriminação.
Assim sendo, as pessoas devem tomar consciência que há mais para além da obediência cega generalizada, ou seja, há uma liberdade individual que é constantemente violada pela lei e pelo estado, sendo esta apoiada solidamente pela manipuladora comunicação social, que actua como a consciencializadora e (des)informadora por excelência do povo, fornecendo-lhe uma realidade distorcida, e actuando como uma mão invisível no controlo e manipulação das massas.
Pois enquanto as horas de trabalho aumentam, os salários estagnam e os direitos cessam, torna-se cada vez mais difícil viver dignamente. Ao mesmo tempo o terrorismo patronal aumenta, os patrões enriquecem e a procura do lucro é sobreposta à própria dignidade do trabalhador. A classe estudantil é ficticiamente apoiada e motivada de forma a seguir os seus estudos a nível superior com propinas exageradas para no final ser submetida a desemprego, e no caso menos mau, precariedade laboral, recibos verdes e instabilidade.
Enquanto trabalhadores e estudantes se continuarmos adormecidos e obedientes, desunidos e à espera que alguém nos liberte então nunca compreenderemos a verdadeira força que temos, uma força que nem as mais repressivas forças estatais conseguem controlar. Se não tomarmos consciência e não agirmos, nunca iremos sair da situação precária emque nos encontramos tod@s – a única solução é a união, a solidariedade, a luta e a revolta social.
al-porto@riseup.net
domingo, 4 de janeiro de 2009
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