sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Anarquistas pagam um quiosque incendiado
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
31 de Janeiro, 15h - Crise Económica, Mudar Consciências - Alternativa Libertária & Tertúlia Liberdade promovem encontro - Casa do Brasil - Lisboa
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Na sequência do encontro que promovemos em Dezembro passado no Museu da República e Resistência vamos organizar uma sessão no próximo sábado 31 de Janeiro, na Associação Abril/Casa do Brasil. Desta vez iremos apresentar propostas práticas à apreciação dos presentes, para podermos encontrar caminhos de saída para o atoleiro em que o iníquo sistema do domínio e da exploração nos mergulhou. Agimos sem desajustadas e falsas pretensões vanguardistas ou hegemónicas, nem interferências partidárias ou de outra ordem. Queremos contribuir para uma saída comum de uma crise de que não somos responsáveis e nos recusamos a pagar.
Defendemos a auto-organização das populações e acreditamos na conhecida máxima "a emancipação dos trabalhadores terá de ser obra dos próprios trabalhadores", por isso te convidamos a participar neste encontro..
Vem ter connosco sábado 31 de Janeiro entre as 15 e as 18 H à sede da Associação Abril/Casa do Brasil na Rua S. Pedro de Alcântara, 63-1º Dtº em frente ao elevador da Glória.
Lá esperamos por ti, pelo teu contributo e dos teus amigos.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Jornalista anarquista assassinada em Moscovo
Estudantes de Israel contra a guerra
Retirado de: Movimento Antifascista Portugês
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Relatório pericial prova que o P.S.P. abateu Kuku a 10cm de distância
Ninguém viu, tirando o agente Diogo G., que disparou e alega legítima defesa. Diz que o rapaz estava armado e que já ia a fugir, a cerca de dois metros de distância, quando lhe apontou uma pistola. Só que o relatório pericial à roupa do morto compromete o agente da PSP.
A quantidade de vestígios de pólvora no gorro do casaco da vítima, apurou o CM, dá à Judiciária a certeza de que 'Kuku' foi abatido com um tiro a cerca de dez centímetros da cabeça. À queima-roupa.
A PJ fez logo naquela noite de domingo uma reconstituição do incidente e o agente Diogo G. deu a sua primeira versão: teve um confronto físico com o rapaz de 14 anos, dentro de uma vala, e, quando o suspeito ia a fugir, viu-lhe uma pistola na mão. Mas esta versão foi depois corrigida.
Segundo o polícia, 'Kuku' ia a subir a vala quando se virou para trás e lhe apontou a arma, forçando-o a abater o suspeito. E tudo sempre a uma distância não inferior a dois metros.
Pelos vestígios no casaco, o disparo é feito à queima-roupa: a pólvora no tecido resulta do cone de fogo que sai do cano da arma e que se aloja na roupa, a dez ou quinze centímetros no máximo.
Segundo adianta o CM, o polícia fez ontem a segunda reconstituição do incidente e, com um esticar de braço, já encurta a distância para meio metro. Este caso tem, então, o futuro nas mãos do Ministério Público.
in Correio da Manhã
UM OLHAR À SITUAÇÃO NA GRÉCIA
Resumo e balanço da revolta geral no território grego, desde o assassinato de Alexis até ao dia 14 de janeiro.
Detenções:
Mais de 270 pessoas foram detidas desde 6 de Dezembro, o dia do começo da insurreição, em 15 cidades gregas. 67 foram mesmo presas, enquanto que 50 imigrantes que tinham sido detidos nos primeiros 3 dias, foram rapidamente condenados a 18 meses de cadeia e estão a ser deportados.
19 detidos em larissa estão acusados sob a lei anti-terrorista. Sábado, dia 17, haverá uma manifestação nacional em Larissa, em solidariedade com os detidos.
Uma pessoa foi presa ontem em Salónica, acusada de "uso de explosivos" e "organização em gang", a propósito da tentativa de uso de fogo/explosivos numa esquadra da polícia. Houve uma manifestação em apoio em frente à esquadra onde ele está detido, na terça-feira, e a audiência em tribunal é hoje (5ª-feira) à tarde.
Espaços Liberados:
Um café da Câmara Municipal, numa rua central do distrito de Zografou, foi ocupada por antiautoritários, com o objectivo de funcionar enquanto espaço de contra-informação, discussão e coordenação de acções.
Solidariedade com Konstantina Kouneva:
O Centro do Sindicato dos Trabalhadores foi ocupado em solidariedade com Konstantina e com os detidos da revolta, por 2 dias.
(Konstantina Kouneva, uma mulher, imigrante e sindicalista, foi violentamente atacada com ácido sulfúrico na cara, devido à sua acção política contra os seus patrões)
Universidades e Escolas Secundárias:
Existe um protesto por parte dos pais dos alunos de uma escola, que são aterrorizados pelas autoridades escolares por terem participado na ocupação da escola em Outubro.
Uma outra escola secundária em Atenas foi ocupada pelos alunos, para protestar contra a decisão dos professores em transferir 4 estudantes para outra escola e expulsar outros 5 das aulas durante 5 dias. Protestam também contra as câmaras de vigilância colocadas no exterior da escola!
Lutas dos Trabalhadores:
Guerra na Palestina:
Arion, um barco de ajuda humanitária grega, que transfere médicos e comida para a faixa de Gaza foi impedido de entrar e ameaçado pelo exército israelita
(ver notícia publicada pelo jornal público).
Entretanto, pessoas, organizações de estudantes e de esquerda têm-se mobilizado contra o envio de armas norte-americanas para israel, através do porto privado de Astakos.
Notícias publicadas pelos mass-media:
Os mass-media anunciaram também que a suposta "organização terrorista" chamada "Luta Revolucionária", tal como suspeitado pela polícia, emitiu um comunicado reclamando os disparos contra 3 polícias, resultando nos ferimentos graves de um deles.
Rede Libertária
Dia 17 de Janeiro, Sábado, às 16h, vem protestar contra a brutalidade policial. Contra a violência do estado. Vem exigir justiça.
Passaram-se nove dias sobre o assassinato do Kuku, sem que as autoridades mostrem qualquer sinal de querer revelar a verdade. Kuku Foi enterrado no passado sábado e com ele todos esperam que seja enterrado mais um crime violento cometido pela policia racista, com a cumplicidade dos média e todos @s que ficaram silenciosos perante o renascimento da pena de morte em Portugal.
Gerou-se um movimento de solidariedade à família de Kuku através da venda de CD's, T-Shirts e donativos que têm ajudado a suportar algumas despesas.
Nos próximos dias 24 e 31 de Janeiro (sábado), pelas 20h,no Centro de Cultura Libertária, irão realizar-se dois jantares para o mesmo efeito.
No entanto, mais que demonstrar solidariedade, é preciso exigir justiça. Lutar por ela. Não queremos deixar que esta execução caia no esquecimento como o caso do Angoi, Tony, PTB, Tete, Corvo, etc.
Até os maiores criminosos, o que não era o caso de Kuku, (ao contrario do que propagandearam os média racistas), têm direito a um julgamento nu tribunal, mesmo sabendo que este também não é sinonimo de justiça. Mas em Portugal a justiça e cada vez mais um privilégio dos ricos. Para os pobres negros, ciganos, brancos, as autoridades reservam execuções sumárias feitas nas ruas, nas viaturas e esquadras de policia.
De Paris a Atenas a São Francisco (onde no dia 1 de Janeiro a policia assassinou um jovem negro de 22 anos), a Amadora, esta a acontecer por todo o lado. Qual será o próximo bairro? O meu? O teu? Quem será o próximo? Eu? Tu?
Basta. Dia 17 de Janeiro, Sábado, às 16h, vem protestar contra a brutalidade policial. Contra a violência do estado. Vem exigir justiça.
Concentração em frente à 60ª Esquadra, na rua 17 de Setembro no Casal da Boba, Amadora
Apelamos a tod@s @s irm@s, tropas, guetos e organizações solidárias que se juntem nesta jornada duma luta que é de tod@s e que esteve calada muito tempo.
Sem justiça não haverá paz
domingo, 11 de janeiro de 2009
Casa Viva: Faixa apreendida pela bófia
"Nas democracias policiais, a liberdade de expressão é um direito de todos os cidadãos. Também por isso lhes chamam democracias. Mas esse direito tem limitações, coisa lógica nesta sociedade onde se definiu que “uma liberdade acaba onde começa a do outro”, impedindo-se, assim, que se interpenetrem, que se prolonguem uma na outra. Pensamentos perigosos, que poderão constituir um qualquer crime se tornados públicos, e que, portanto, ficam por aqui. Já basta o que basta, dizia o outro, como sempre, cheio de razão. O que agora interessa, de facto, é que, em primeira instância, quem define as limitações das liberdades, e, por arrasto, as da liberdade de expressão, é a polícia. Também por isso lhes chamamos, a essas democracias, policiais.
Na Casa Viva, logo no primeiro dia oficialmente útil da semana, tivemos mais uma prova de que Portugal se insere dentro desta categoria de democracias. Por volta das 15h00 desse 5 de Janeiro, os Bombeiros Sapadores do Porto, a mando da Polícia de Segurança Pública, também presente, retiraram, assim, sem pedidos nem explicações, a faixa solidária com o movimento grego que a Casa vinha exibindo desde 20 de Dezembro. O motivo da apreensão, tal como informado no respectivo auto, é “incitava à violência, cometendo o crime contra a paz pública”. Não fosse o tal adjectivo que acompanha a nossa democracia e ter-se-ia tratado de um roubo. Afinal, uma faixa não publicitária numa fachada duma casa particular só pode ser retirada se tal for pedido pelo proprietário, o que não aconteceu. Mas o facto é que esse adjectivo está lá por alguma razão e, em estando, o acto de surripiar transforma-se em apreensão, os prevaricadores em sujeitos activos de acusação e as vítimas em réus.
Pode-se olhar para a faixa pelo ângulo que se quiser, mas é precisa muita liberdade de interpretação para nela ver um incentivo à violência. Mas, lá está, essa é apenas mais uma das liberdades das democracias policiais que, como todas as outras, tem uma definição e um âmbito dependentes do livre arbítrio dos agentes da Autoridade, gente que se costuma acusar de ser pouco dada a divagações poéticas, mas a quem não podemos deixar de gabar a capacidade de ler nas entrelinhas ainda mais do que os autores das linhas queriam fazer transparecer.
No processo de roubo/apreensão da faixa, os agentes acharam por bem deter três pessoas que saíam da casa a ver o que se passava do lado de fora do sítio onde lhes tinham oferecido guarida. Estavam, aparentemente, a utilizar de forma ilegal numa casa que não é deles. Mas houve queixa do proprietário? Falamos com ele e ele disse que não devia estar ninguém em casa. Falaram com ele?! Bem... a casa está em ruínas e não pode estar lá gente a viver! A Casa está em ruínas? Quem falou em ruínas? Então porque é que estão detidos? Não houve detenções, só os trouxemos à esquadra para assinarem o auto de apreensão. A uns gajos que não têm nada a ver com a casa nem com a faixa? Mais alguém dá a cara pela faixa? Claro que sim! Então já não estão detidos, podem sair os três e até voltar para a casa em ruínas onde, para além de não poderem estar por causa dessa sua – da casa – condição, não podiam estar por falta de autorização do proprietário.
Ora então cá temos os responsáveis pela faixa. Basta que um assine o auto de roubo/apreensão, que os outros já estão identificados de qualquer forma, apesar de nunca lhes termos controlado legalmente as identidades. Agora a coisa vai para o DIAP e já não é mais nada connosco, que vocês aparecem aqui aos magotes e a malta quer ver o discurso do Sócrates sem medo de que nos ocupem esta merda, perdão sr. ministro, esta esquadra, tão lindamente baptizada como sendo do Paraíso, apesar de, para tal, ainda faltarem os canais da Sport Tv, vá lá que nos resta a TVI e as novelas com gajas boas. Depois, daqui a 6 meses, 1 ano, ou dois, o DIAP lá decidirá se a queixa da PSP é válida e, se não for, a faixa será devolvida. No entretanto, a gente fica sem a faixa de que o agente não gostou e assim mesmo é que é numa democracia policial.
Ora, é provável que o DIAP considere que a faixa, de facto, mais do que um apelo à violência, é um grito contra a sua utilização por quem lhe detém o monopólio e que, como tal, o seu roubo/apreensão até pode, pelo menos em teoria, configurar um atropelo à liberdade de expressão. Pouco interessa. Não será por isso que a Casa será deixada em paz. Há a questão da ocupação ilegal. Ah, é verdade... o proprietário autoriza a ocupação do espaço. Mas há a questão das drogas. A questão das drogas? Sim, a casa está conotada com drogas. Conotada por quem? Pela polícia. Mas entraram lá ilegalmente para ver essa questão? Nem pensar... mas cheira muito a charro no passeio quando se passa por perto. O quê? É verdade... e, ainda por cima, entra lá gente com mau aspecto! Isso não é discriminação? A polícia não discrimina... limita-se a ver se determinada pessoa tem determinado aspecto e, se o tiver, fica imediatamente associada ao consumo de drogas. E isso não é discriminação? Não desconversem... é que há a questão da propriedade! Ah, é verdade... o proprietário autoriza a ocupação do espaço. Pois é... então, há a questão das drogas. E sabem quem vai sofrer com isso se não tomam cuidados?
Os processos de intimidação à divergência apertam-se. Espera-se que o medo de qualquer coisa, independentemente do que seja, impeça as pessoas de se manifestarem, de exporem opiniões, de se levantarem perante as injustiças dos poderosos. Depois de visitas policiais à Casa em dias de reuniões, depois de visitas regulares ao blog, veio o roubo/apreensão da faixa, um processo-crime sobre “os responsáveis pela faixa”, o reconhecimento policial de que já estamos todos fichados e as ameaças de que, ou atinamos, ou nos fecham a Casa e nos mandam de saco, por causa da questão da propriedade, aliás, por causa das drogas, aliás por qualquer coisa que lhes apeteça.
O problema é que achamos que nós é que somos os atinados e não nos apetece, agora que os desvarios juvenis já passaram na sua maioria, desatinar e começar a comer tudo o que nos dão ou a baixar a cueca cada vez que nos tentam violentar. Para além de que a Casa, assim sem uma faixa, parece despida. E nós não queremos um processo-crime por atentado ao pudor."
Fonte: Casa Viva
domingo, 4 de janeiro de 2009
Manifesto Alternativa Libertária - Porto
Como grupo anarquista organizamo-nos numa estrutura horizontal, rejeitando qualquer princípio hierárquico ou vicioso. Somos um grupo aberto, aceitando todas as pessoas interessadas em trabalhar connosco desde que respeitem os nossos princípios funcionais e organizacionais.
Como anarquistas rejeitamos qualquer vanguarda iluminada que guie o povo e para qualquer rumo pré-definido que certamente, e como sempre acontece, favorece os poderosos em detrimento dos oprimidos. Assim sendo, não acreditamos em nenhum partido político, seja este de esquerda ou de direita, sendo que nenhum defende os verdadeiros interesses do povo, continuamente explorado e o manipulado, controlado a cada vez mais níveis, do alto do seu pedestal onde se encontram os políticos e os mais diversos interesses que à sua volta gravitam.
Rejeitamos toda a autoridade, seja esta de partidos políticos, instituições religiosas, forças policiais, etc. Rejeitamos também o capital como elemento que favorece a discriminação social e instiga tantas injustiças. Somos deste modo anti-autoritários, anti-estatais e anti-capitalistas.
Quando falamos de anarquismo, não falamos de um estado utópico em que tudo é perfeito, não falamos em caos ou desordem. Falamos sim em solidariedade e união, falamos na reivindicação activa dos nossos direitos, falamos na rejeição da autoridade ao serviço do poder, que nos torna em nada mais do que escravos do lucro, falamos em igualdade de direitos e deveres. Por anarquismo podemos depreender a não compactuação com injustiças, desigualdades sociais e discriminação.
Assim sendo, as pessoas devem tomar consciência que há mais para além da obediência cega generalizada, ou seja, há uma liberdade individual que é constantemente violada pela lei e pelo estado, sendo esta apoiada solidamente pela manipuladora comunicação social, que actua como a consciencializadora e (des)informadora por excelência do povo, fornecendo-lhe uma realidade distorcida, e actuando como uma mão invisível no controlo e manipulação das massas.
Pois enquanto as horas de trabalho aumentam, os salários estagnam e os direitos cessam, torna-se cada vez mais difícil viver dignamente. Ao mesmo tempo o terrorismo patronal aumenta, os patrões enriquecem e a procura do lucro é sobreposta à própria dignidade do trabalhador. A classe estudantil é ficticiamente apoiada e motivada de forma a seguir os seus estudos a nível superior com propinas exageradas para no final ser submetida a desemprego, e no caso menos mau, precariedade laboral, recibos verdes e instabilidade.
Enquanto trabalhadores e estudantes se continuarmos adormecidos e obedientes, desunidos e à espera que alguém nos liberte então nunca compreenderemos a verdadeira força que temos, uma força que nem as mais repressivas forças estatais conseguem controlar. Se não tomarmos consciência e não agirmos, nunca iremos sair da situação precária emque nos encontramos tod@s – a única solução é a união, a solidariedade, a luta e a revolta social.
al-porto@riseup.net