A decisão das autoridades acadêmicas de desalojar a ocupação e o escritório do Decanato em Tessalônica tem dado lugar a uma sucessão de ocupações de escritórios administrativos universitários em toda a Grécia, nesta terça-feira (31). Ao mesmo tempo, manifestações paralisaram Atenas nos últimos dias antes da greve geral de quinta-feira (2).]
A decisão do Decano da universidade de Aristóteles de Tessalônica, Manthos, de desalojar os “estudantes e radicais” que ocupavam os escritórios administrativos da universidade, cancelando de imediato todos os contratos e subcontratos da universidade com as companhias de limpeza que se solidarizavam com K. Kouneya e a luta dos limpadores, recebeu o apoio dos meios conservadores como uma dura medida contra o aumento da conscientização social. No início desta semana o Decano conclamou os acadêmicos para uma contramanifestação (contra a ocupação), que não obteve apoio nenhum. Pelo contrário, dezenas de acadêmicos declararam apoio à causa da ocupação. A reunião convocada pelo Decano no dia 31 de janeiro para discutir a ocupação teve de ser interrompida graças à movimentação dos estudantes, que acabaram com o discurso do Decano quando um ovo “aterrizou” no mesmo!
Além disso, as ameaças de aumentar o amparo acadêmico (com a desculpa de que estava sendo violado pela ocupação, truque sujo e sem precedentes que servirá para maior repressão), e permitir a entrada das forças anti-distúrbios no campus universitário em caso da ocupação não ser dissolvida na terça-feira (31) ao meio-dia, resultou em uma intensa campanha de ocupações de decanatos universitários em todo o país. Ocuparam escritórios na Universidade de Atenas, um edifício situado no centro da cidade. Lá se colou um cartaz onde se lia: “ A favor das ocupações!”. De maneira similar, foram ocupadas a Universidade de Ciências Sociais Panteão de Atenas, e de Patras, exigindo um fim imediato dos subcontratos e o respeito e apoio às ocupações como meio de luta.
Nas últimas semanas, as autoridades de ambas universidades (Atenas e Tessalônica), lançaram ataques aos Centros Sociais Ocupado, exigindo uma investigação sobre o estado dos edifícios ocupados e medidas legais contra os proprietários que não desalojassem os ocupas. Tanto em Atenas, quanto em Tessalônica, são lares de dezenas de ocupas, uma “pedra no sapato” para o Estado.
O sucesso nos campi, foi conseguido no momento em que o Estado grego e seus lacaios estão propondo uma marcha com todo o seu arsenal propagandístico e truques baratos sob o jugo da “legalidade” para frear as organizações sociais que estão ocorrendo em todo o país para a greve geral, proposta para o dia 2 de abril.
Uma grande tensão paira no ar, sobre todo o país, especialmente com a alusão de ataques contra o Estado e o capital. Em Atenas, e Tessalônica, foram alvos de ataques cinco bancos, uma concessionária, muitos veículos estatais e diplomáticos na capital grega, já em Tessalônica, um ataque simultâneo ocorreu com bombas de gás. No centro de Atenas, escritórios dos ministérios e do primeiro ministro do governo foram acertados, dando lugar ao cerco policial nas ruas principais.
Ao mesmo tempo, é muito grande o conflito com as questões trabalhistas, exatamente agora com a mobilização para uma greve geral, camponeses, tecelões, tomaram Atenas em 31 de janeiro. Centenas de trabalhadores das fábricas têxteis de Lanaras estão acampados ao redor do Ministério da Economia desde segunda-feira (30) exigindo uma intervenção do Estado ante ao colapso da indústria e garantia do recebimento de salário de dezenas de operários. Ano passado, movimentações por parte dos trabalhadores de Lanaras, terminaram em enfrentamentos violentos nos arredores da Praça Syntagma.
Também, outros trabalhadores se reuniram em frente ao Ministério da Agricultura e marcharam até o Parlamento exigindo apoio à causa agrária. Horas antes, os trabalhadores conseguiram intervir em frente ao carro do ministro da agricultura, dando lugar a uma violenta intervenção das forças anti-distúrbios.
Tradução > Palomilla Negra
agência de notícias anarquistas-ana
Borboletas voam
Nos jardins de Irati
Quanta alegria!
Ana Carolina Valenga Soares
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