O 1º de Maio evoca aqueles que morreram na luta contra o capital. Desta forma, nunca poderá ser uma celebração. Por outro lado, em circunstância alguma se deverá homenagear uma das suas formas de escravatura: o trabalho ou o estatuto de trabalhador nos moldes de uma sociedade capitalista e autoritária.
A nossa luta é directa e global, contra todxs xs que nos exploram e oprimem, contra o patrão no nosso local de trabalho, contra o bófia no nosso bairro, contra a lavagem cerebral na nossa escola, contra as mercadorias com que nos iludem e escravizam, contra os tribunais e as prisões imprescindíveis para manter a propriedade e a ordem social.
Não nos revemos no simulacro de luta praticado pelxs esquerdistas, ancoradxs nos seus partidos, sindicatos e movimentos supostamente autónomos. Estes apenas aspiram a conquistar um andar de luxo no edifício fundado sobre a opressão e a exploração, contribuindo para dar novo rosto à miséria que nos é imposta.
Recusamos qualquer tentativa de renovação do capitalismo, engendrada nas cimeiras dos poderosos ou na oposição cínica posta em cena pelos fóruns dos seus falsos críticos. Não tenhamos ilusões. Não existe capitalismo “honesto”, “humano” ou “verde”. A “crise” com que nos alimentam até à náusea não é nenhuma novidade. A precaridade não é só um fenómeno da actualidade, existe desde que a exploração das nossas vidas se tornou necessária à sobrevivência deste sistema hierárquico e mercantil.
Porque queremos um mundo sem amos nem escravos, apelamos à resistência e ao ataque anticapitalista e anti-autoritário. E saímos à rua.
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