segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Luta dxs Presxs gregos: Fim da Greve de fome...


Depois de 18 dias e uma participação de 10.000 presos e presas.Segundo as declarações do ministro da justiça da Grécia Sotiris Jatzigakis, a reforma penitenciária que se discutirá no parlamento nas próximas semanas, permitirá a libertação de 4000 presxs, até Abril de 2009.
Aqui fica o comunicado da comissão de presxs em luta :
Comunicado da comissão de presxs em luta (Grécia)
Iniciámos a nossa luta há 18 dias.
Dez mil presos e presas, com jejuns e posteriormente com as greves de fome, lutamos contra a situação penitenciária e a indiferença do Ministério da Justiça.
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A partir de amanhã, 6ª-feira 21 de Novembro, xs presxs de todas as prisões do país declaramos que suspendemos as mobilizações, pondo fim às greves de fome .
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A reforma legal que o governo está a apresentar no parlamento trata de algumas das nossas reivindicações.
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O ministro tem de materializar as saus promessas quanto à libertação imediata do número de presxs que anunciou e, ao mesmo tempo, avançar com as medidas e iniciativas que englobam a totalidade das nossas reivindicações. Nós xs presxs, vemos esta reforma legal como um primeiro passo, resultado das nossas lutas e da solidariedade da sociedade; No entanto, não nos cobre, não dá solução aos nossos problemas principais.
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Com a nossa luta reivindicamos sobretudo a nossa dignidade. Esta dignidade não a oferecemos a nenhum ministro nem a nenhum guarda. Não toleraremos nem um abuso, nem uma transferência vingativa, nem um castigo disciplinar. Estamos de pé e vamo-nos manter de pé. Exigimos a abolição total das 4/5 partes de vários tipos de penas, a abolição da soma das penas disciplinarese a ampliação
de todo o tipo de acesso a precárias (saídas de alguns dias da cadeia) e terceiro grau (regime semi-aberto) para todxs xs presxs. Além disso, exigimos que as declarações generalistas do ministro da justiça sobre a melhoria das condições penitenciárias (abolição dos centros de internamento de menores, funcionamento de centros especializados para toxicodependentes, etc) sejam certificadas com leis nos próximos três meses.
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Para acabar, muitos agradecimentos aop movimento solidário, aos/às lutadorxs, a cada entidade, partido e meio de comunicação que nos apoia da maneira que escolhe e declaramos que a luta contra toda a lixeira humana e pelo cumprimento de todas as nossas reivindicações continua.
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Comissão de presxs panhelénica
.Alexandros Kola
Abdel Jalim Fataj
Rania Djabar
Dani Karabulea
Vaggelis Palis.
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5ª-feira, 20 de Novembro de 2008
Portugal: Alastrando a solidariedadeNa sexta-feira, dia 14 de Nov., às 11h da manhã distribuímos 200 flyers tamanho A4 em frente e em redor do edifício da Secção Económica e Comercial da Embaixada Grega, no centro de Lisboa, deixando também alguns dentro do edifício. Os flyers continham um breve texto introdutório à luta dos presos, algumas das suas exigências e uma cronologia dos acontecimentos até à data. Além disso, incluia também o seguinte texto:A prisão está em todo o lado, em toda a nossa vida. Constantemente somos observados, controlados, identificados, escutados... ela é o polícia, a câmara de vigilância, o tribunal, o juíz, a esquadra, e toda a nossa realidade diária de interacções forçadas... ela é o medo de sermos o que somos, de dizermos o que sentimos, de fazermos o que gostaríamos de fazer... ela é a miséria quotidiana, persegue-nos na nossa memória, é uma ameaça permanente...A prisão é também aquele edifício isolado, onde só estão os condenados e os carrascos... é o cerco de onde não podemos sair, é os guardas que nos controlam e torturam, é o nosso corpo nas mãos do Estado... ela é as paredes que nos fecham e que nos escondem, que nos afastam durante anos... ela é o sítio onde tudo nos é retirado...A prisão é, ao mesmo tempo, uma ideia e um edifício. Mas sempre uma realidade.Na Grécia ou em qualquer outro lugar, a luta por parte dos presos é a única forma de enfrentarem e combaterem a realidade a que são obrigados. Aceitar a prisão é apenas possível por meio de todos os métodos de alienação que o Estado emprega, dentro e fora das prisões, e que criam um quotidiano de medo e resignação. O que se passa hoje nas prisões Gregas nasceu da determinação de indivíduos sequestrados pelo Estado, e embora nós estejamos no exterior das paredes, isso não significa que sejamos livres. Essa liberdade temos nós de a conquistar.Na Grécia, em Portugal ou em qualquer outro país, nenhuma condição de vida dentro da prisão será humana, pois isso é impossível dentro de uma prisão. Não existe reforma de qualquer natureza que possa, de alguma maneira, humanizar um local onde estamos presos; onde tudo, à excepção da dignidade, nos é retirado.Mas a dignidade pertencerá sempre aos que lutam, aos insurgentes, aos indivíduos.Há inúmeros modos através dos quais podemos dar a nossa solidariedade e alastrar a revolta, atacando o controlo e os controladores deste mundo; o primeiro passo é decidir de que lado estamos.Posto isto, a única exigência que temos é a destruição de todas as prisões e desta sociedade-prisão!
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS EM LUTA NA GRÉCIA!a
narquistas"***Domingo à noite anarquistas atacaram a embaixada grega em Lisboa (Portugal) com bolas de tinta preta.Saudações aos companheiros.Solidariedade com os presos em luta!

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