terça-feira, 1 de abril de 2008

AR: PCP vota sozinho contra condenação da violência no Tibete


Lisboa, 26 Mar (Lusa) - O PCP ficou hoje isolado no Parlamento ao ser o único partido a votar contra a condenação da escalada de violência no Tibete, voto que foi aprovado pelas restantes bancadas.


O voto de condenação manifesta "a preocupação da Assembleia da República com a escalada de violência no Tibete e apela ao respeito, em todas as circunstâncias, pelos Direitos Humanos e liberdades civis".
O texto, proposto pelo CDS-PP e ao qual se associaram o PS, PSD, CDS-PP, BE, PEV e o Governo, manifesta pesar pelas vítimas dos confrontos entre as forças de segurança chinesas e a população tibetana no início de Março.
O voto recomenda às autoridades chinesas "uma maior contenção no uso da força, bem como o respeito pela liberdade de expressão e direito à manifestação pacífica", argumentos apresentados pelas várias bancadas para defenderem a sua aprovação.
A deputada não inscrita Luísa Mesquita, que foi expulsa do PCP o ano passado, foi aplaudida pelas restantes bancadas ao optar por se associar ao voto.
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, justificou a posição dos comunistas, dizendo discordar dos pressupostos do texto e afirmou que "o que está em causa é a forma cada vez mais clara de estar em curso uma operação contra os Jogos Olímpicos de Pequim".
Bernardino Soares disse que não está em causa lamentar as vítimas dos confrontos mas sim a "deturpação sistemática" da situação no Tibete.
O deputado comunista criticou os que "põem em causa a integridade territorial da China", frisando que "continua a falar-se do Tibete como território ocupado pela China".
O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã afirmou que votaria a favor "em nome dos valores da esquerda", defendendo que "a liberdade religiosa é a primeira liberdade".
SF.




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