quarta-feira, 7 de outubro de 2009

[Presos em Luta] Relato de uma concentração em Solidariedade com Antonio Ferreira

No dia 03 de Outubro, Sábado, 16 pessoas deslocaram-se ao Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, onde António Ferreira continua isolado no pavilhão de segurança.

Segundo apontam as respostas que obtivemos, apesar da tentativa de encobrir e esconder este protesto, ele encontra-se em greve de fome e de silêncio desde dia 28 de Setembro. Como não há nenhum contacto directo com ele, nem a cadeia dá essa informação, não sabemos se está em greve de sede, porque são já demasiados dias sem beber, sem que o transfiram para o hospital prisional.


A concentração decorreu durante 2 horas e meia, período que coincidiu com o horário das visitas. Foi distribuído um folheto com um texto informativo da situação do nosso companheiro e gritaram-se frases contra as prisões, o estado e os carcereiros. Fez-se o máximo de barulho possível na tentativa de dar a conhecer a nossa presença para dentro dos muros.


Apesar da chegada da GNR mais para o fim da concentração, não houve sequer identificações. A nossa presença foi um incómodo para a "normalidade" do funcionamento da prisão, as pessoas que íam visitar reclusos mostraram-se solidárias várias vezes e muitos dos carros que por ali passavam apitavam para dar força. Temos informação de que alguns folhetos passaram para dentro e circularam entre os presos.

No entanto, o companheiro António Ferreira continua isolado do resto dos presos e, portanto, supomos que sem conhecimento da nossa presença nesse dia à porta da prisão.


É urgente continuarmos a pressionar com tudo o que esteja ao nosso alcance, mostrando assim a nossa solidariedade com quem não se deixa calar por este sistema!


"Que cada voz se torne num trovão que fere os ouvidos, que cada faísca se torne num fogo selvagem que faça ruir e incendeie este mundo podre de celas visíveis e invisíveis."
Giannis Dimitrakis



TEXTO DISTRIBUÍDO DURANTE A CONCENTRAÇÃO:

António Ferreira de Jesus em protesto.

Solidariedade com os presos em luta.

António Ferreira de Jesus começou um protesto contra as falhas na reforma das celas. É verdade que deixou de existir o "balde higiénico" no E.P. de Pinheiro da Cruz, mas os reclusos perderam direitos que já lhes eram conferidos: o direito a ter luz de leitura na cela sem ter de fazer pedidos à directora, ou por exemplo o direito à privacidade no duche sem ter de partilhar o chuveiro com 6 outros reclusos.
No passado dia 28 de Setembro, o António foi transferido à força para o pavilhão de segurança (conhecido entre os recluso como Big Brother) como castigo pela sua recusa em ser transferido para a ala 3.
Neste momento o António encontra-se incomunicável desde segunda-feira e apesar de ser difícil conseguir saber o que se passa, temos a informação de que está em greve de fome, sede e silêncio.
Do E.P só nos dizem que o António não preencheu o impresso da greve de fome (!) e quando lhes é perguntado se ele está a comer ou a beber, não confirmam nem desmentem e apenas nos é dito que "ele está a ser acompanhado pela equipa médica". Tanto estas "respostas" como a sua atitude revelam que a direcção da prisão está declaradamente a encobrir uma greve de fome negando-se a dar informações que sejam dignas desse nome.
Perante esta situação exigimos que seja satisfeita a reivindicação de transferência para outro E.P. feita pelo António.
Estamos aqui hoje em solidariedade com António Ferreira e com todos os presos que lutam e se erguem contra o sistema prisional.
Não existem reformas possíveis para uma prisão, pois estas são centros de extermínio e só a sua destruição é solução.

Retirado de: Rede Libertária

3 comentários:

אסתר disse...

(1)

"Nella mia ora di libertà" - ("Na minha hora de Liberdade") composto e gravado originalmente por Fabrizio De Andrè (músico e poeta), em 1.973.

É a 9º (e última) canção de seu álbum: "Storia di un impiegato" ("História de um empregado").

Em suas composições, Fabrizio De Andrè incluia histórias de um povo marginalizado e revolto; de pessoas humildes; de exploração humana; de desigualdades sociais...

Neste vídeo, a Banda Italiana 'Improvvisa' interpreta a canção, em Tributo: http://www.youtube.com/watch?v=_49clgy2g48



"Nella mia ora di libertà" - ("Na minha hora de Liberdade")

Di respirare la stessa aria (De respirar o mesmo ar)

di un secondino non mi va (de um carcereiro...; não...não me é possível)

perciò ho deciso di rinunciare (portanto eu decidi renunciar)

alla mia ora di libertà (a minha hora de liberdade)

se c'è qualcosa da spartire (Se há algo em comum)

tra un prigioniero e il suo piantone (entre um prisioneiro e o militar que o fiscaliza)

che non sia l'aria di quel cortile (que não seja o ar daquele pátio)

voglio soltanto che sia prigione (Desejo que seja somente a prisão)

che non sia l'aria di quel cortile (que não seja o ar daquele pátio)

voglio soltanto che sia prigione. (desejo que seja somente a prisão)



È cominciata un'ora prima (Começa antecipadamente)

e un'ora dopo era già finita (e depois, se regressa ao passado finito)

ho visto gente venire sola (eu tenho visto gente vir só)

e poi insieme verso l'uscita (e em seguida, juntos à saída)

non mi aspettavo un vostro errore (Eu não esperava um de vossos erros)

uomini e donne di tribunale (homens e mulheres do Tribunal)

se fossi stato al vostro posto... (Se eu estivesse em vosso posto...)

ma al vostro posto non ci so stare (mas em vosso posto eu não sei estar)

se fossi stato al vostro posto... (Se eu estivesse em vosso posto...)

ma al vostro posto non ci sono stare. (mas em vosso posto eu não sei estar.)

....

אסתר disse...

(2)


Fuori dell'aula sulla strada (Fora da sala de aula, há a estrada)

ma in mezzo al fuori anche fuori di là (mas do centro do 'lá fora', ainda há mais fora lá)

ho chiesto al meglio della mia faccia (Eu pergunto à melhor de minha face [personalidade])

una polemica di dignità (uma polêmica de dignidade)

tante le grinte, le ghigne, i musi, (Tantas as caretas, o escárnio, as expressões de descontentamento)

vagli a spiegare che è primavera (Telas a explicarem o que é primavera)

e poi lo sanno ma preferiscono (e então eles sabem mas é preferível)

vederla togliere a chi va in galera (vê-la a ser restricta aos presos)

e poi lo scanno ma preferiscono (e então eles sabem mas é preferível)

vederla togliere a chi va in galera. (vê-la a ser removida aos presos)

 

Tante le grinte, le ghigne, i musi, (Tantas as caretas, o escárnio, as expressões de descontentamento)

poche le facce, tra loro lei, (poucas as feições, entre suas leis)

si sta chiedendo tutto in un giorno (Se pedimos tudo em um só dia)

si suggerisce, ci giurerei (é sugerível que juremos)

quel che dirà di me alla gente (o que dirão de mim toda a gente)

quel che dirà ve lo dico io (o que dirão, vos digo eu)

da un po' di tempo era un po' cambiato (para alguns, o tempo pouco modifica)

ma non nel dirmi amore mio (mas não me digas, meu Amor)

da un po' di tempo era un po' cambiato (para alguns, o tempo pouco modifica)

ma non nel dirmi amore mio. (mas não me digas, meu Amor)

 

Certo bisogna farne di strada (É preciso prosseguir na estrada)

da una ginnastica d'obbedienza (a obediência cansa)

fino ad un gesto molto più umano (até mesmo um gesto muito humano)

che ti dia il senso della violenza (que te venham a fazer, transmite a sensação de violéncia)

però bisogna farne altrettanta (ainda assim [o gesto humano] deve ser feito)

per diventare così coglioni (para diferenciarmo-nos dos estúpidos)

a non riuscire più a capired (que não são capazes de compreender)

che non ci sono poteri buoni (que os poderes não são capazes)

da non riuscire più a capire (de fazer com que nos tornemos incapazes de compreender)

che non ci sono poteri buoni. (que os poderes não são capazes)

...

אסתר disse...

(4)

E adesso imparo un sacco di cose (E agora eu aprendo muitas coisas)

in mezzo agli altri vestiti uguali (em meio àqueles que se vestem iguais)

tranne qual'è il crimine giusto (excepto acerca do que venha a ser um 'crime justo')

per non passare da criminali. (para não passar à criminoso)



C'hanno insegnato la meraviglia (Tenho ensinado maravilhas)

verso la gente che ruba il pane (às pessoas que roubam o pão)

ora sappiamo che è un delitto (agora sei que é um delito)

il non rubare quando si ha fame (o não roubar quando se tem fome)

ora sappiamo che è un delitto (agora sei que é um delito)

il non rubare quando si ha fame. (o não roubar quando se tem fome)



Di respirare la stessa aria (De respirar o mesmo ar)

dei secondini non ci va (de [que respira] um carcereiro...; não...não me é possível)

e abbiamo deciso di imprigionarli (e decidimos aprisioná-los)

durante l'ora di libertà (durante a nossa hora de liberdade)

venite adesso alla prigione (agora voltamos às nossa prisões [celas])

state a sentire sulla porta (Apenas oiça junto à porta)

la nostra ultima canzone (a nossa última canção)

che vi ripete un'altra volta (que se repete mais uma vez)

per quanto voi vi crediate assolti (o quanto crês em minha absolvição)

siete per sempre coinvolti. (estarei para sempre 'marcado' [associado à imagem de preso])

Per quanto voi vi crediate assolti (o quanto crês em minha absolvição)

siete per sempre coinvolti. (estarei para sempre 'marcado' [associado à imagem de preso].)