sábado, 25 de abril de 2009

SERÁS LIVRE?

Liberdade. Ilusão ou realidade?

25 de Abril de 2009. Século XXI. Somos livres. Somos livres? Ou gostamos apenas de acreditar que sim? Pára. Pensa. Qual é a tua liberdade? Nasceres, estudares, trabalhares, (consumires) e morreres? Em qual destas fases gozas a tua vida? Quando é que estás livre do sistema que te rodeia? Quais os teus objectivos para a tua existência? Um emprego, uma carreira, uma família, uma pátria? 25 de Abril, vamos festejar a queda do Salazar! Vamos festejar o fim da censura! Vamos continuar a ser calados quando dizemos o que não convém ao estado que se saiba!

Vamos celebrar o direito à igualdade e o fim da discriminação, e, de caminho, agendamos já o feriado de 10 de Junho, onde manifestações nacionalistas, nazis, e xenófobas decorrerão com a autorização da polícia. Vamos festejar. Mas festejemos baixinho, caso contrário, a nossa liberdade pode fazer comichão aos ouvidos da polícia, e as agressões por eles cometidas aos manifestantes do 25 de Abril de 2007 podem-se voltar a repetir. É muito mais perigoso um “terrorista” anarquista lutar por um mundo livre sem autoridades, do que um gang de nazis matar um qualquer imigrante anónimo. A polícia está aqui para zelar pela nossa segurança. Pela nossa? Perdão, pela sua.

Vivemos num país que desde 1974 é livre. Que tem um estado que cobra impostos ao povo para financiar os seus luxos pessoais, um estado que tem um exército sob a forma de militares e GNR’s, que estão tão programados para obedecer, que nem se apercebem que são apenas marionetas do estado, tal como em tempos as cavalarias o foram dos reis.
Vivemos num país livre que aboliu a escravidão. Já lá vão os tempos em que o patrão dava dormida e comida ao escravo em troca do seu trabalho forçado. Hoje em dia, em troca do nosso trabalho dão-nos dinheiro para nós gastarmos comprando comida e outros bens nos supermercados deles, e a alugarmos casas também às companhias dos nossos patrões… Somos livres! (Somos?)

25 de Abril de 2009. Fazes horas extras, trabalhas aos feriados e fins-de-semana, e tens mais do que um trabalho, tudo isto para no fim do mês teres dinheiro suficiente para gozares a tua vida. Não tens é tempo livre para o fazeres, mas isso são apenas pormenores, o que interessa é o que podes aparentar perante a sociedade, o(s) bom(ns) ordenado(s) que recebes, e as roupas e os carros com que te exibes (mesmo que para os adquirires tenhas que passar fome, mas, mais uma vez, isso são apenas pormenores, aquilo que (não) tens para comer em casa os vizinhos não veêm!).

És explorado no trabalho, nos impostos, em cada compra que fazes. Não tens condições decentes de saúde, educação ou segurança, mas pagas para que os “poderosos” as tenham. Sais de casa e vês pessoas a viver na rua e a morrer de fome, enquanto que por todo o país há inúmeras casas vazias a degradarem-se quando podiam ser aproveitadas, e enquanto comida é todos os dias deitada fora (por hipermercados, por exemplo). Ou então nem precisas de sair de casa… Vês na televisão. Mas será que te deves fiar no que vês na TV? Na TV que é controlada pelo Estado, e que, como tal, só passa o que lhes convém, e manipula as informações para te darem o ponto de vista que eles querem que tu tenhas? Ah, espera lá, 25 de Abril, já não há censura, o Estado já não controla os média! Não? Experimenta procurar meios de informação alternativos, talvez te surpreendas com o que irás descobrir.

Habitua-te a pensar por ti próprio, a procurares saber sempre mais (a cultura é a maior arma contra o fascismo!), não cruzes os braços por achares que a tua contribuição é demasiado pequena para mudar alguma coisa (mesmo que não possas mudar o mundo, mudas-te a ti, já é um bom começo), e não deixes que ninguém te inferiorize ou explore (os grandes só são grandes se vivermos de joelhos).

Vamos enterrar o 25 de Abril. É passado. E a luta deve ser feita no presente. Todos os dias.
Liberdade. Ilusão ou realidade? A escolha é tua. E o povo unido, jamais será vencido.

Texto de uma Anarquista

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